Também discordo da intervenção do FMI, e também concordo que o PCP e o Bloco de Esquerda fizeram mal em não comparecerem às reuniões com os representantes da "troika". Comparecermos a uma reunião com alguém não significa de modo nenhum que concordemos com o que esse alguém defende, e é a melhor ocasião para marcarmos as nossas divergências e apresentarmos as nossas alternativas. De resto, há coisas que os partidos mais à esquerda poderiam dizer e que os outros partidos não gostariam nada que fossem ditas, ao FMI ou a quem quer que seja; há políticas de austeridade (para os mais poderosos) com que os partidos mais à esquerda deveriam concordar e que poderiam propor: em lugar das privatizações de empresas de serviço público, revisão em baixa dos chorudos ordenados dos seus atuais administradores, salários esses por eles determinados (veja-se o caso da CP); revisão das parcerias público-privadas onde o Estado perde rios de dinheiro... só para dar dois exemplos (que de certeza que não serão apresentados pelos três outros partidos, que deverão, principalmente o PSD, propor a privatização de tudo o que restar). Lamentavelmente estes dois partidos preferem, mais uma vez, assumir-se somente como partidos de protesto, fugindo de todas as responsabilidades. Felizmente, a CGTP foi mais responsável e
fez a diferença, mesmo que tenha sido só para marcar o seu território.
2 comentários :
mas responsabilidade de quê......
nunca vão governar nem querem
o governo desgasta e corrompe
querem manter-se puros
"revisão das parcerias público-privadas"
(1) Os privados poderiam não aceitar tal "revisão" - que na prática corresponderia a um rompimento do contrato).
(2) Dada a consabida má capacidade negociadora do Estado, não é certo que tal revisão viesse a ser mais favorável para o Estado.
(3) Em período de alta de juros, é provável que os privados fossem exigir ao Estado mais contrapartidas aquando de uma qualquer renegociação.
Enviar um comentário