quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A má educação há 100 anos


Ano em que se atingiu a alfabetização de metade da população nas diferentes regiões da Europa, "A sociedade de confiança", Alain Peyrefitte, Instituto Piaget.

Há 100 anos, Portugal era já um dos países mais atrasados da Europa. Apenas Porto, Lisboa e Coimbra apresentavam taxas de alfabetização superiores a 50%. No resto da Europa esse patamar já tinha sido atingido cerca de 100 anos antes em quase todas regiões, excepto Itália e Espanha. Da fuga do Rei para o Brasil em 1807 até à proclamação da república em 1910, Portugal viveu um período de cerca de um século mergulhado na decrepitude da monarquia que se manifestou na sua plenitude quer nas relações diplomáticas de humilhação permanente face à Inglaterra, Espanha e França quer no imobilismo face à alfabetização e à generalização da escola. O Estado Novo só veio prolongar a doença do analfabetismo até aos anos 70, cultivando a mentalidade do povo ignorante mas devoto. Dessa doença ainda pagamos e pagaremos os juros mais uma ou duas gerações.

5 comentários :

Luís Lavoura disse...

É falso que Portugal não tenha evoluído desde 1807 até 1910.

Portugal progrediu razoavelmente desde 1820 até 1870. Construiu caminhos-de-ferro, o PIB per capita subiu.

Portugal só estagnou a partir de cerca de 1880. Mas essa estagnação, desengane-se o Rui, não foi até ao fim da monarquia - pelo contrário, prosseguiu e, de facto, aprofundou-se com a 1ª República. De facto, o PIB per capita português decresceu - nem sequer se manteve estável! - durante a 1ª República.

Os tempos corretos são: 1820 - 1880 progresso, 1880 - 1930 crise e regressão.

Ricardo Alves disse...

Luís Lavoura,
o post é sobre a alfabetização, não sobre o PIB.

Se Moncho disse...

Francamente duvido muito da veracidade do mapa. Quando menos no que atinge à Espanha. Na Galiza em 1900 aproximadamente o 90% da população era monolíngue em galego, não falava, nem muito menos escrevia na única língua usada no ensino, o castelhano. Aliás por aqueles tempos as meninas raramente eram enviadas a escola. Portanto resulta impossível que o 50% estivera alfabetizada. Também duvido muito que houvesse uma zona no norte da Espanha semi-alfabetizada antes de 1850.
Temos que lembrar que nos países católicos não houve, como nos países protestantes, uma igreja que encorajara ao povo a ler a bíblia.

Banda in barbar disse...

o gallego tem razão

e no entanto eramos tã ricos
que os galegos aqui vinham servir de aguadeiros

nã era por termos mais ou menos educação

somos um país sangrado por 500 anos de emigração só ficaram os mansos e a ralé parasita de chicos-espertos

que se adaptou a todos os regimes pretéritos e futuros

José Gonçalves Cravinho disse...

E toda esta situação de analfabetismo e analfabrutismo,se deve à existência e acção da biblico-judaico-cristã Religião dado que a Religião é o ópio do Povo.