E chegou o dia em que um engenheiro químico aparece,
em vídeo no The Guardian, a explicar que foi ele quem inventou a
treta das «armas de destruição maciça» iraquianas. Foi hoje. O senhor chama-se
Rafid Ahmed Alwan al-Janabi, é iraquiano e explica que mentiu porque não gostava do regime de Saddam e porque os serviços «de informações» alemães ameaçaram deportar-lhe a mulher e o filho para Marrocos. 100 mil mortos depois, diz-se «orgulhoso» do que fez.
Há duas conclusões a retirar desta historieta edificante.
Primeira: dos senhores da fotografia, o único que ainda exerce um cargo político é o português. Disse que «vira» as provas das famosíssimas «armas de destruição maciça». Sabemos agora que, na melhor das hipóteses, viu uma minuta de um depoimento falso. De um homem que os serviços «de informações» alemães já sabiam, desde o ano 2000, ser um mentiroso. Melhor seria que se demitisse.
Segunda: os serviços ditos «de informações» são uma ameaça para a democracia. Quer fabriquem «informação» falsa a mando dos superiores hierárquicos, ou por burrice e ingenuidade (que insistam em se designar por «inteligência» é uma ironia trágica...), o efeito da sua existência é, de forma cada vez mais clara, enganar a opinião pública e viciar o debate democrático. Seria higiénico extinguir o SIED e o SIS.
2 comentários :
e quem inventou esta das armas de destruição "maciça"? isso, acho eu, é que nunca se chegará a saber.
Essa é fácil: foi o jornal Público. Os «soundbytes» (em vez de «soundbites») também foi o público. Tem a ver com o conhecimento do inglês apenas na forma oral.
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