Numa investigação detalhada, o Washington Post conta como foi expandida nos EUA, após o 11 de Setembro, a rede de espionagem/contra-espionagem, que hoje já envolverá 854 mil pessoas, das quais 30% serão contratadas por privados. Num mundo em recessão, este é um negócio onde não há crise: das 1931 empresas que trabalham no ramo, mais de um quarto terão sido formadas depois de 2001. Beneficiando, claro, de o orçamento estatal para as «informaçõezinhas» ter sido multiplicado por 21 nos últimos nove anos (há agências estatais que duplicaram o pessoal).
Os artigos do Washington Post concentram-se em criticar a redundância (não faltam «agências» e empresas que efectuam as mesmas funções) e a entropia que o sistema gera (criando «informaçãozinha» a mais, não hierarquizada, inútil). Mas pode-se questionar se este «mamute» é realmente proporcional à ameaça. Porque imagino que nem no tempo da «Guerra Fria» a espionagem estado-unidense reunisse tantas pessoas e meios. E pode-se perguntar também se faz sentido todo este investimento num país em que a assistência social, na doença e na educação, é tão pobre.
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