Primeiro que tudo acho que fazíamos bem em concordar que os judeus são seres humanos iguaizinhos a todos os outros e que, embora uma minoria minúscula entre eles se comporte como se tivesse sido escolhida por deus, há fanáticos entre todas as religiões, como os há entre os agnósticos e entre os ateus. Alguns muito mais idiotas, diria eu, do que os judeus messianicos mais extremistas.
Segundo acho importante separar os judeus de extrema-direita das pessoas que se vêem a si próprias como judias pelo mundo fora. Como disse alguém aqui na lista, os judeus americanos (que são aliás menos de 2% da população) votaram em massa em Gore e em Kerry, e agora em Obama. Aliás, se todos os não judeus do planeta demonstrassem o amor e o respeito que muitos judeus americanos têm pela educação, pela ciência e pela cultura, estavamos muito melhor do que estamos, governados por cristãos da mais diversa pena e pêlo.
Se pensarmos bem, uma das raízes mais importantes do anti-semitismo na Europa foi a reacção da aristocracia rural aos ideais do Renascimento e ao poder dos comerciantes instruídos, que destruíram o mundo medieval e transferiram o poder dos campos e dos castelos para as cidades e os palácios. Alguns destes homens eram judeus e as pessoas simples preferem ter um inimigo bem definido do que argumentar ideias e tentar verbalizar sentimentos, alguns inconfessáveis, aliás, por serem mesquinhos e invejosos.
Dito isto, acho importante sublinhar que os grupos de pressão pro-israelitas (de extrema-direita) são extraordinariamente eficazes e têm um peso desproporcionado, indecentemente desproporcionado, na política americana. A situação miserável em que Condoleeza se meteu é apenas uma de uma sucessão de situações miseráveis em que os políticos americanos se metem cada vez que querem tentar resolver o problema de Israel com justiça e imparcialidade.
Os grupos de pressão da extrema-direita pro-israelita (cheios de ateus e de não judeus, aliás) são um problema gravíssimo para a paz no mundo. Acho que lhes podemos chamar "a conspiração mundial judaica" por piada, sabendo que estamos a ser profundamente injustos. Mas podemos culpá-los por serem poderosos? Por fazerem o trabalho de casa a horas?
Não será mais justo culpar as classes políticas americana e europeia por serem uns hipócritas, uns cobardes e uns preguiçosos sem coluna vertebral, incapazes de fazerem frente aos ricos e aos poderosos?
Generalizando perigosamente, os cristãos adoram acreditar no Pai Natal, em milagres e em anjos, e respeitam naturalmente as hierarquias: os católicos porque acham que o pensamento crítico e independente dissolve a cola social, os protestantes porque acreditam que os ricos são ricos pela graça de deus. "Os judeus" acham a educação uma coisa valiosa e respeitável. Por exemplo: embora "os judeus" sejam menos de 2% da população americana, os estudantes que se indentificam como sendo judeus são cerca de um terço dos alunos em universidades como Harvard, George Washington, U. Penn., NYU, Columbia, Emory, Tulane, etc.
O nazismo europeu teve em si um factor especialmente repugnante para mim, no sentido em que foi uma vitória nietzschiana dos fracos e dos broncos sobre uma minoria tradicionalmente mais instruída, que deu ao mundo um número desproporcionado de médicos, de físicos, de químicos, de historiadores, de antropólogos, de músicos, de pintores, de dramaturgos e de filósofos.
Mas acima de tudo, parece-me inacreditável que a palavra "judeu" esteja hoje conotada com a extrema-direita e com a brutalidade israelita. A esmagadora maioria dos judeus quer é viver em paz e ser feliz, como o resto do mundo.
Israel está cheio de pessoas de bem, que condenam a brutalidade racista da direita e a quem a brutalidade assassina dos extremistas palestinianos, que usam crianças mortas como adereços publicitários, não permite qualquer espaço de acção.
Israel é a Africa do Sul da próxima década. Mas não devemos demonizar os Sul Africanos brancos todos, como se as pessoas fossem iguais e pudessem agir livremente, de acordo com as suas consciências, independentemente das circunstâncias.
8 comentários :
Excelente artigo, Filipe.
Só acho que é um pouco duvidoso que Israel acabe como a África do Sul em breve: os negros foram sempre uma maioria na África do Sul.
Obrigado. :o)
Eu acho que já se fala em sanções, como na Africa do Sul. Estive em Toronto e os jornais traziam fotografias e comentários abertos sobre a brutalidade israelita. O facto de os palestinianos se escudarem deliberadamente atrás de crianças não justifica a retaliação de Israel sobre as crianças.
Mas enfim, uma coisa parece evidente. Israelitas e palestinianos não se conseguem organizar. Vai ser preciso intervir de forma eficaz, ou o conflito durará outros 50 anos.
A brutalidade racista é mais mortifera que a brutalidade assassina...
http://resistir.info/palestina/avnery_10jan09.html
Enfim...o 1º ministro é membro do ISF,os criminosos da banca maioritariamente são judeus,Wall Street-ele há pano para mangas,mes amigos.
E aqueles que em Israel não vão à guerra,como são tratados?Ah!não sabem.Pq éw q os media maioritariamente são dos judeus?Da classe exploradora?
For further acknowledge,see http://xatoo.blogspot.com/
ele vos diz como é!
O que não vemos nas 'centrais de noticias' vemos na internet por exempolo aqui:
http://resistir.info/palestina/pci_27dez08.html
Filipe Castro:
"O nazismo europeu teve em si um factor especialmente repugnante para mim, no sentido em que foi uma vitória nietzschiana dos fracos e dos broncos sobre uma minoria tradicionalmente mais instruída, que deu ao mundo um número desproporcionado de médicos, de físicos, de químicos, de historiadores, de antropólogos, de músicos, de pintores, de dramaturgos e de filósofos." - esqueceu-se de dizer: e, sobretudo, banqueiros e prestamistas.
Muito bem.
"O nazismo europeu teve em si um factor especialmente repugnante para mim..." - se calhar, também é só por esse motivo dque não gosto do nazismo...
De resto, como tive a oportunidade de dizer no meu blog, os republicanos portugueses são tidos como pioneiros do nazismo.
Não me admira que apenas o incomode o facto de permitir a ascensão dos "broncos"... as atrocidades não contam, claro. proque estavam de acordo com o republicanismo!
Caro Filipe,
A propósito de extrema-direita, israelitas e nazismo, não sei se já conhece:
http://jantardasquartas.blogspot.com/
REVOLUÇÃO QUILOMBOLIVARIANA!
Viva! Chàvez! Viva Che!Viva! Simon Bolívar! Viva! Zumbi!
Movimento Chàvista Brasileiro- Ações Afirmativas Afro –Ameríndia *Quilombismo *
A comunidade negra afros-decendentes brasileira
é solidaria e apóia o povo palestino Viva a Palestina!
Manifesto em solidariedade, liberdade e desenvolvimento dos povos afro-ameríndio latinos, no dia 01 de maio 2008 dia do trabalhador foi lançado o manifesto da Revolução Quilombolivariana fruto de inúmeras discussões que questionavam a situação dos negros, índios da América Latina, que apesar de estarmos no 3º milênio em pleno avanço tecnológico, o nosso coletivo se encontra a margem e marginalizados de todos de todos os benefícios da sociedade capitalista euro-americano, que em pese que esse grupo de países a pirâmide do topo da sociedade mundial e que ditam o que e certo e o que é errado, determinando as linhas de comportamento dos povos comandando pelo imperialismo norte-americano, que decide quem é do bem e quem do mal, quem é aliado e quem é inimigo, sendo que essas diretrizes da colonização do 3º Mundo, Ásia, África e em nosso caso América Latina, tendo como exemplo o nosso Brasil, que alias é uma força de expressão, pois quem nos domina é a elite associada à elite mundial é de conhecimento que no Brasil que hoje nos temos mais de 30 bilionários, sendo que a alguns destes dessas fortunas foram formadas como um passe de mágica em menos de trinta anos, e até casos de em menos de 10 anos, sendo que algumas dessas fortunas vieram do tempo da escravidão, e outras pessoas que fugidas do nazismo que vieram para cá sem nada, e hoje são donos deste país, ocupando posições estratégicas na sociedade civil e pública, tomando para si todos os canais de comunicação uma das mais perversas mediáticas do Mundo. A exclusão dos negros e a usurpação das terras indígenas criaram-se mais e 100 milhões de brasileiros sendo estes afro-ameríndios descendentes vivendo num patamar de escravidão, vivendo no desemprego e no subemprego com um dos piores salários mínimos do Mundo, e milhões vivendo abaixo da linha de pobreza, sendo as maiores vitimas da violência social, o sucateamento da saúde publica e o péssimo sistema de ensino, onde milhões de alunos tem dificuldades de uma simples soma ou leitura, dando argumentos demagógicos de sustentação a vários políticos que o problema do Brasil e a educação, sendo que na realidade o problema do Brasil são as péssimas condições de vida das dezenas de milhões dos excluídos e alienados pelo sistema capitalista oligárquico que faz da elite do Brasil tão poderosa quantos as do 1º Mundo. É inadmissível o salário dos professores, dos assistentes de saúde, até mesmo da policia e os trabalhadores de uma forma geral, vemos o surrealismo de dezenas de salários pagos pelos sistemas de televisão Globo, SBT e outros aos seus artistas, jornalistas, apresentadores e diretores e etc.
Manifesto da Revolução Quilombolivariana vem ocupar os nossos direito e anseios com os movimentos negros afro-ameríndios e simpatizantes para a grande tomada da conscientização que este país e os países irmãos não podem mais viver no inferno, sustentando o paraíso da elite dominante este manifesto Quilombolivariano é a unificação e redenção dos ideais do grande líder zumbi do Quilombo dos Palmares a 1º Republica feita por negros e índios iguais, sentimento este do grande líder libertador e construí dor Simon Bolívar que em sua luta de liberdade e justiça das Américas se tornou um mártir vivo dentro desses ideais e princípios vamos lutar pelos nossos direitos e resgatar a história dos nossos heróis mártires como Che Guevara, o Gigante Osvaldão líder da Guerrilha do Araguaia. São dezenas de histórias que o Imperialismo e Ditadura esconderam. Há mais de 160 anos houve o Massacre de Porongos os lanceiros negros da Farroupilha o que aconteceu com as mulheres da praça de 1º de maio? O que aconteceu com diversos povos indígenas da nossa América Latina, o que aconteceu com tantos homens e mulheres que foram martirizados, por desejarem liberdade e justiça? Existem muitas barreiras uma ocultas e outras declaradamente que nos excluem dos conhecimentos gerais infelizmente o negro brasileiro não conhece a riqueza cultural social de um irmão Colombiano, Uruguaio, Venezuelano, Argentino, Porto-Riquenho ou Cubano. Há uma presença física e espiritual em nossa história os mesmos que nos cerceiam de nossos valores são os mesmos que atacam os estadistas Hugo Chávez e Evo Morales Ayma,Rafael Correa, Fernando Lugo não admitem que esses lideres de origem nativa e afro-descendente busquem e tomem a autonomia para seus iguais, são esses mesmos que no discriminam e que nos oprime de nossa liberdade de nossas expressões que não seculares, e sim milenares. Neste 1º de maio de diversas capitais e centenas de cidades e milhares de pessoas em sua maioria jovem afro-ameríndio descendente e simpatizante leram o manifesto Revolução Quilombolivariana e bradaram Viva a,Viva Simon Bolívar Viva Zumbi, Viva Che, Viva Martin Luther King, Viva Osvaldão, Viva Mandela, Viva Chávez, Viva Evo Ayma, Viva a União dos Povos Latinos afro-ameríndios, Viva 1º de maio, Viva os Trabalhadores e Trabalhadoras dos Brasil e de todos os povos irmanados.
O.N.N.QUILOMBO –FUNDAÇÃO 20/11/1970
quilombonnq@bol.com.br
Enviar um comentário