sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Thomas Friedman

Como a maioria dos jornalistas multimilionários que aproveitaram a guerra para engordarem (ainda mais) durante estes últimos oito anos, Tom Friedman é um homem corajoso.

A prostituição é uma profissão dura, embora se diga que quando se exerce todos os dias, ao fim de uns anos certas humilhações deixam de incomodar os verdadeiros profissionais. Diz-se que, com o tempo, mesmo a satisfação de perversões ignóbeis, que requerem posições dolorosas e desconfortáveis, se pode tornar num prazer, considerando o cheque que se recebe no fim. Friedman é um natural e a sua calosidade faria corar a própria Messalina.

O conhecido neo-con acordou "verde" no rescaldo da administração Bush (parece que Bush deixou de ser o maior presidente de sempre, o geopolítico genial que ia transformar o Médio Oriente numa série de democracias parlamentares, descer o preço do barril de petróleo para metade, destruir a economia francesa e vingar o orgulho israelita com a invasão do Iraque...) e decidiu escrever outro livro, outra pérola para a literatura da década, desta vez a explicar-nos que o problema do Mundo afinal não são os muçulmanos, mas o consumismo.

Vale a pena ler a recensão crítica de Matt Taibbi aqui:

"When some time ago a friend of mine told me that Thomas Friedman’s new book, Hot, Flat, and Crowded, was going to be a kind of environmentalist clarion call against American consumerism, I almost died laughing.

Beautiful, I thought. Just when you begin to lose faith in America’s ability to fall for absolutely anything—just when you begin to think we Americans as a race might finally outgrow the lovable credulousness that leads us to fork over our credit card numbers to every half-baked TV pitchman hawking a magic dick-enlarging pill, or a way to make millions on the Internet while sitting at home and pounding doughnuts— along comes Thomas Friedman, porn-stached resident of a positively obscene 114,000 square foot suburban Maryland mega-monstro-mansion and husband to the heir of one of the largest shopping-mall chains in the world, reinventing himself as an oracle of anti-consumerist conservationism.

Where does a man who needs his own offshore drilling platform just to keep the east wing of his house heated get the balls to write a book chiding America for driving energy inefficient automobiles? Where does a guy whose family bulldozed 2.1 million square feet of pristine Hawaiian wilderness to put a Gap, an Old Navy, a Sears, an Abercrombie and even a motherfucking Foot Locker in paradise get off preaching to the rest of us about the need for a “Green Revolution”? Well, he’ll explain it all to you in 438 crisply written pages for just $27.95, $30.95 if you have the misfortune to be Canadian."

Continua.

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