domingo, 8 de maio de 2011

Ao que a Europa chegou II

Se Portugal não pertencesse à Zona Euro, não só teríamos um empréstimo com melhores condições, como não teríamos caído no ridículo de andar nas bocas do mundo por o empréstimo estar dependente das vontades de um partido de extrema-direita com 560 mil votos do outro lado do continente.
Países fora da Zona Euro, como a Roménia, a Hungria, a Polónia e a Letónia necessitaram apenas da aprovação do FMI, algo que Portugal obviamente já tem.

11 comentários :

tempus fugit à pressa disse...

Países fora da zona euro

mas com menos necessidades de capitais

ou com mais recursos

Roménia tem petroil

Hunos têm um tecido industrial e agrícola próspero

A Polónia nem se fala

a Letónia não faço a mínima...
se calhar são como nós....

Maquiavel disse...

Se se informasse melhor näo diria estas bacoradas!
Na Finländia o Bloco de Esquerda local também é contra a ajuda, precisamente por ser uma ajuda aos bancos. E eu concordo.
Os populistas nacional-socialistas säo contra porque vem da UE, e eles säo contra tudo o que cheire a UE.
Mas os sociais-democratas locais querem "assunçäo de risco pelos credores" para aprovar a ajuda. E isso é importantíssimo.

Conclusäo: só os neoliberais querem "ajudar" Portugal.

Reduzir a questäo ao número de eleitores de um partido de um estado verdadeiramente democrático e próspero, quem vos dera que Portugal fosse um dia assim, é fazer demagogia de direita, i.e. o jogo do PS/PSD.

E eu a pensar que isto se chamava "Esquerda Republicana". Afinal mudou desde há 2 semanas para "Apoiemos o PS"...

João Vasco disse...

Num dos artigos que recentemente escrevi, colocaram este comentário:

«Como é possível o João Vasco que se diz da "esquerda republicana" pensar que o mais correto é votar no BE??? Claro que nem tudo foi positivo nos governos de Sócrates, mas onde encontra melhor desmpenho, se fizer um balanço - sem reserva mental - em todos estes 37 anos de democracia ??? Dar o seu voto ao BE é não só inútil como contraditório com a linha de pesnsamento que tenho acompanhado aqui, ou não será?»

Ou seja, como alguns leitores não compreendem que este é um blogue plural e desalinhado, estamos constantemente a ser acusados de ser uma ferramenta de propaganda ou do PS, ou do BE, fazendo críticas grosseiramente injustas para o BE ou para o PS respectivamente, dependendo da simpatia de quem faz a crítica.

A novidade é desiludir os leitores por essas mesmas razões.

E que tal se o debate entre as esquerdas, como acontece entre os autores deste blogue que têm opiniões diferentes, fosse mais com argumentos e menos com insultos?

Miguel Carvalho disse...

Bem visto João.

Sabes, é sempre mais fácil ver as coisas a preto e branco, do que ver os tons de cinzento. Isto de não dar para colar etiquetas ao pessoal, dá muito trabalho.

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

vota lá em quem quiseres pá

pouca diferença faz

a zoa euro deve ficar mais pequerruchita

e a europa caminha para o fim

em vários sentidos

pode ser uma fase do dito estado social

cada vez parece-se mais com o fim do estado social soviético

NG disse...

"Se Portugal não pertencesse à Zona Euro,..."

Deveriamos ter uma taxa de câmbio e uma taxa de inflação jeitosas...

Miguel Carvalho disse...

Nuno Gaspar.......
vá dar uma olhada à taxa de inflação que Portugal tinha ANTES da entrada do euro.
Quanto à taxa de câmbio jeitosa, era exactamente isso que eu queria.

NG disse...

Miguel Carvalho,
Queria um câmbio fraco num país que importa o combustível e o que come? E sem inflação? Não quer pedir mais nada?

Miguel Carvalho disse...

Nuno... parece-me que está um pouco de fora de todo o debate económico. Se há coisa que tem sido consensual da direita à esquerda é o facto de termos um câmbio muito forte.
A esquerda há anos que diz isso, e agora o debate à volta do Taxa Social Única, que é na prática uma maneira de articialmente baixar o nosso câmbio.

Não basta ter um câmbio forte para comprarmos tudo o que nos apetece. É preciso vender também. E é exactamente por termos um câmbio forte, que Portugal há anos que acumula os desequilíbrios económicos que levaram à actual crise.

Miguel Carvalho disse...

Quanto à inflação, volto a convidá-lo a dar uma olhada nos valores da inflação antes do Euro

NG disse...

Miguel Carvalho,

Foi precisamente a deflação do preço dos alimentos, verificada após a abertura das fronteiras e com a aproximação do euro, o doce envenenado que aniquilou a produção nacional e do qual estamos agora a sentir os efeitos.

Sim. Temos um câmbio distorcido.
A entrada no Euro foi um alucinógeno que nos retirou a consciência dos nossos limites. O erro está feito. Agora, mal para continuar, pior para sair.