Ao mau funcionamento da Justiça e ao crónico baixo nível de educação dos portugueses (herança da outra senhora), eu costumo juntar a falta de qualidade do empreendedorismo nacional na minha lista de fatores pouco referidos na explicação do nosso atraso e baixo crescimento económico face ao resto da Europa.
Isto a propósito da inauguração há dias de um grande lagar de produção de azeite, que me recordou algo que a grande maioria dos portugueses deve desconher: Portugal não é auto-suficiente em termos de azeite. Que um país (quase) mediterrânico tenha que importar azeite é algo surpreendente. De 2004 a 2009 Portugal produziu 1,8% do total europeu, quando a Grécia, Espanha e Itália faziam 16,9%, 51,5% e 29,2%.
Poderia argumentar-se com maus terrenos ou mau clima do país, mas olha-se para lá da fronteira e vemos as mesmas condições. Talvez a burocracia ou outras questões legais, mas o enorme investimento de empresas espanholas no olival português nos últimos anos, prova o meu ponto. Portugal tem maus empresários.
Felizmente há uma nova geração e uma nova cultura a aparecer, e este novo lagar é prova disso.
Isto a propósito da inauguração há dias de um grande lagar de produção de azeite, que me recordou algo que a grande maioria dos portugueses deve desconher: Portugal não é auto-suficiente em termos de azeite. Que um país (quase) mediterrânico tenha que importar azeite é algo surpreendente. De 2004 a 2009 Portugal produziu 1,8% do total europeu, quando a Grécia, Espanha e Itália faziam 16,9%, 51,5% e 29,2%.
Poderia argumentar-se com maus terrenos ou mau clima do país, mas olha-se para lá da fronteira e vemos as mesmas condições. Talvez a burocracia ou outras questões legais, mas o enorme investimento de empresas espanholas no olival português nos últimos anos, prova o meu ponto. Portugal tem maus empresários.
Felizmente há uma nova geração e uma nova cultura a aparecer, e este novo lagar é prova disso.
7 comentários :
"Portugal tem maus empresários",
e tem alguns bloggers muito fraquinhos
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2010/11/11g.htm
Para lá da fronteira há uma coisa que só há relativamente pouco tempo se começa a ver em Portugal, que é o olival ultra-intensivo.
Tanto quanto sei, este regime só é viável com irrigação e máquinas, o que envolve um investimento e, naturalmente, uma área de olival crítica para que seja viável. Este último aspecto prende-se com a fragmentação relativa da reserva agrícola no sul do país (fora montado e sequeiro) e talvez explique a a distância de Portugal à Grécia e Itália.
10 a 20 milhões de oliveiras dispersas
outros 100 milhões em olivais envelhecidos
e como um dos vossos leitores notou
ninguém as quer apanhar a 40 euros/dia
dá muito trabalho varejar
e não podem ser mecanizados
logo o
Poderia argumentar-se com maus terrenos a oliveira dá-se desde os regossolos a solos franco-arenosos
é resiliente...logo mau solo
ou mau clima do país, é o mediterrânico típico....
o problema é que 1 milhão de agricultores era auto-suficiente
em azeite 10 ou 20 oliveiras dispersas
100mil agricultores envelhecidos não dão conta do negócio
Nuno Gaspar,
já para não falar nos comentadores de blogs que são uma tristeza.
Em que é que o seu link contraria o que escrevi? (Já agora, não acrescentou nada ao que sabia)
Francisco Burnay (e Nuno Gaspar)
exactamente! Eu sei disso. A questão é que não tem havido investimento em Portugal, não há visões de longo prazo, não há empreendedorismo.
Sim, há fragmentação, mas por que é que tem havido mais empresário espanhóis a aproveitar os incentivos ao emparcelamento? Não é só uma questão do passado ser "mau", é a alteraçã que está a ocorrer vir de fora.
Já agora, o azeite é apenas uma metáfora que escolhi. É particularmente curioso por ser um produto muito específico (canetas e têxteis podem ser produzidos em qualquer lado) para o qual Portugal tem as condições necessárias.
Infelizmente em Portugal as pessoas que têm melhores redes sociais de suporte e mais recursos disponíveis arranjaram um emprego onde ganham bem (demais) para o incomodo a que são sujeitos, de onde não podem ser despedidas, onde a avaliação é manca e onde têm uma posição de força negocial que lhes dá controlo para defenderem a não mudança.
É a desigualdade ao quadrado.
Miguel Carvalho,
Alguns agricultores e empresários portugueses relacionados com a produção de azeite estão a dar bons exemplos de empreendedorismo. Em vez de choramingar, mostre lá os seus.
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