A paranóia securitária reinante já chegou a isto: quarenta pacifistas que tentaram entrar por Vilar Formoso foram recambiados para Espanha. Será legal? Imagino que o caso seja fronteiriço (passe o trocadilho): Portugal suspendeu temporariamente o acordo de Schengen, e portanto as garantias «europeias» de livre circulação cessaram de existir; mesmo assim, será necessário um pretexto, que creio que seja a «ordem pública».
A situação merece dois comentários.
Primeiro, em modo cínico: prova-se que as apregoadas «liberdades» dos tratados e acordos da União Europeia só estão garantidas enquanto não incomodam quem manda.
Segundo, em modo (duplamente) irritado: opressão gera repressão. Tanta palermice securitária, na aparência desnecessária (a não ser como exibição do poder das polícias), pode bem levar o mais pacato dos cidadãos a participar nas manifestações anti-OTAN, até a exceder-se...
1 comentário :
enquanto se estende a passadeira vermelha aos senhores da guerra em Lisboa, os potenciais participantes da contra-cimeira vão sendo recambiados na fronteira, sem qualquer acusação ou justificação válida. Não foi o espaço Schengan que foi suspenso, foi a Constituição.
Não porque não. Eis a lei que move GNR e PSP na raia. Tratam cidadãos da utópica UE como crianças.
Complacentes, os media noticiam mas não questionam. O cidadão comum, que raio pode fazer o cidadão comum? Afinal, que merda é esta?
Aos outros, apenas: SÁBADO TUDO À MANIF!
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