- «Há algo que pode tornar o desfecho líbio decisivo para o futuro próximo do Médio Oriente: ao contrário da Tunísia e do Egipto, aqui a hierarquia militar dispôs-se a reprimir o povo ao lado do ditador.
Assim, em breve teremos resolvida a dúvida "o que acontece se os generais e o poder se mantiverem unidos e mandarem os tanques contra os contestatários?".
Se o resultado for a revolta ser esmagada, os lideres locais sentirão-se mais seguros para ordenar a repressão das manifestações, e os generais e outros oficiais de alta patente terão menos problemas em acatar essas ordens (já que suponho que os generais tunisinos e egípcios tenham recusado a repressão não apenas por razões humanitárias, mas também por recearem o desfecho). Aliás, no braço de ferro silencioso que parece estar a desenhar-se entre a junta militar egípcia e a oposição democrática, os militares iriam sentir-se muito mais confiantes para adiarem eleições e afins (e, na prática, efectivarem a contra-revolução).
Além disso, os oposicionistas iriam ter muito mais receio de enfrentarem tanques na rua, já que teriam o exemplo líbio dizendo-lhes que é impossível derrotar o exército quando este apoia o regime (...)
Ou seja, a derrota de revolução líbia representará provavelmente o fim da vaga revolucionária no mundo árabe, já que tanto os dirigentes como os generais como os contestatários saberiam que bastaria os generais apoiarem o governo para tudo ficar na mesma. (...)» (Miguel Madeira)
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Revista de blogues (23/2/2011)
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4 comentários :
ao contrário da Tunísia e do Egipto, aqui a hierarquia militar dispôs-se a reprimir o povo ao lado do ditador.
com as deserções que houve?
com a principal tribo que renegou o seu líder de 40 anos
os mercenários e a guarda pretoriana apoiam-no
mas também eram da guarda o major Abd al Munim al Huni e Omar Muhayshi, que o tentaram derrubar em 75
Note-se que eu digo especificamente a "hierarquia militar"; estou a referir-me ao exército enquanto instituição organizada, não aos militares a titulo individual (ou mesmo a titulo de batalhão).
ok....sim isso é certo
mas há muitas fracturas
aparentemente está recuperando bem
aprendeu com a Ãrgélia em 91
já sobreviveu a revoltas menores provavelmente também a esta
e em 12 horas o que eram simples batalhões e uma divisão
passaram a mais de metade do exército quase toda a força aérea e a maioria das hierarquias
sobram os tontons macoutes a guarda pretoriana familiar e mercenários variados
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