sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Servilismo na OTAN

Apesar de concordar com as críticas que o Rui faz à OTAN, não acho que sejam razões para abandonar a organização, mas para a reformular e dar mais peso à Europa.
Um dos perigosos terroristas finlandeses que vinha munido de panfletos anti-OTAN que ontem foi barrado à entrada de Portugal, explicava que se opunha à OTAN porque era contra a guerra no Afeganistão, e esta era uma guerra dos EUA e não da OTAN. Ele não poderia ter sido mais explícito: o problema não está na OTAN mas nos EUA, e é apenas o servilismo dos restantes membros - especialmente de alguns dos novos membros da Europa de Leste que se põem em bicos dos pés a gritar "eu, eu, eu também quero ajudar" - que deixam que ambas as coisas se embrenhem.
Esta submissão bateu hoje novos recordes quando Hillary Clinton disse ao lado de Luís Amado, que entendia as dificuldades orçamentais portuguesas e agradecia o esforço nacional na presença no Afeganistão. Entende e agradece? Temos uma sorte em ter um patrão tão generoso.

3 comentários :

Luís Lavoura disse...

"dar mais peso à Europa"

Isso é essencialmente impossível.

Por um lado, o peso relativo da Europa e dos EUA é proporcional à sua capacidade operacional e de combate. Os EUA têm mais peso porque, se fôr preciso dar porrada em alguém, só eles é que têm capacidade - financeira, técnica e, sobretudo, política - para o fazer. Os países europeus só têm jeito para bater em mortos, estilo Guerra das Falklands.

Por outro lado, se a Europa, supostamente, tivesse mais peso e decidisse vetar alguma intervenção militar, os EUA pura e simplesmente avançariam sozinhos, estilo Somália ou Iraque. Ou seja, a Europa não teria, na mesma, capacidade de veto efetivo.

Filipe Moura disse...

«o problema não está na OTAN mas nos EUA, e é apenas o servilismo dos restantes membros - especialmente de alguns dos novos membros da Europa de Leste que se põem em bicos dos pés a gritar "eu, eu, eu também quero ajudar"»

Este problema não equivale a "os EUA". Este é um problema (muito sério) da Europa.

Ricardo Alves disse...

Luís Lavoura,
no Afeganistão os EUA também não precisaram da Europa - só nos chamaram para apanhar os cacos.