sexta-feira, 15 de julho de 2011

A polícia enquanto causa de insegurança

Na terça-feira, dois polícias da esquadra das Mercês (Lisboa) foram condenados a quatro anos de pena de prisão efectiva cada por terem espancado um estudante alemão em 2008: «foi então pontapeado nas costas, no peito e nas pernas. Pediu ajuda e os agentes ter-se-ão rido (...) também lhe foi exigido que se despisse totalmente para que lhe fosse feita uma revista. Não queria, mas acabou por se despir e foi-lhe ordenado que se colocasse de cócoras e se baixasse e levantasse algumas vezes». O estudante tinha cometido o pavoroso crime de andar de eléctrico sem bilhete.

Acontece que os mesmos dois agentes têm outro processo por agressões físicas em 2009: «"Passei muito tempo com os braços cruzados por cima da cabeça. Depois, tal como as cerca de 20 pessoas que foram levadas para a esquadra, fui enfiado numa sala e espancado. Por fim a porrada era tanta que optei por me deitar para o chão, para levar menos. Pisaram-me e deram-me pontapés. Havia um rapaz que pediu para ir à casa de banho. Levaram-no, não sei para onde, e só se ouvia gritar. Espancaram-no" (...) "Um agente bateu-me com uma cadeira nas costas e, mais tarde, obrigou-me a limpar o sangue que estava no chão dizendo: "Olha o porco que tu és""».

Em 2010, houve ainda esta história, aparentemente com polícias da mesma esquadra: «Virei-me e vi uma mulher no chão, havia um polícia a segurá-la, estava algemada e tinha o pé em cima dela. Outro polícia perguntou ao meu amigo onde estava o seu telefone e o meu amigo respondeu-lhe: 'Preferia não lho dar. Não temos nada a ver com isto. Podemos ir embora?' Eles não nos deixavam ir embora. Em determinado momento... (...) Estava a falar com um agente, estava perto dele, a falar. Afastei-me, dei dois ou três passos, ele brandiu o cassetete e atingiu-me na cara». Na mesma semana, mais esta no mesmo bairro (mas com indivíduos de outra esquadra?): «o jovem tentou ajudar a amiga, mas, segundo esta, «atiraram-no para o chão e espancaram-no», enquanto ela própria era alvo de mais agressões».

Ontem, 50% dos senhores incumbidos da segurança pública na dita esquadra meteram baixa médica, presumivelmente como forma de protesto por o espancamento de estrangeiros e nacionais não estar despenalizado quando cometido por agentes da PSP. Uma epidemia: quando não podem espancar, ficam doentinhos, coitados.

O Ministro da Administração Interna deveria inquirir o que se passa na esquadra das Mercês (Lisboa). Não sendo grande entusiasta de despedimentos indiscriminados na função pública, eu ficaria muitíssimo mais tranquilo se os ditos senhores deixassem de andar pela rua de cassetete e pistola, para nada dizer da (indevida) dignidade de autoridade pública. Polícia desta é causa de insegurança.

6 comentários :

Luís Lavoura disse...

O Ricardo não é grande entusiasta de despedimentos na função pública mas, vendo casos destes, até pensa duas vezes, não é?

E eu acho que pensa muito bem.

Em qualquer empresa privada, um procedimento destes (meter baixa médica sem estar doente) seria justa causa para despedimento.

Ide levar no déficite ide disse...

Sexta-feira, 15 de Julho de 2011
A polícia e GNR enquanto causa de insegurança
Na quinta-feira, dois GNR da esquadria de Ponte de Sor levaram uma carrada de porrada e nã fixeram nada nem para impedir que o gajo voltasse a agredir guardas e lojistas
porque era um gajo conhecido

aqui o pessoal do hospital levou uns chapadões porque não levaram um miúdo com dores de barriga prás urgências suficientemente depressa os seguranças levaram umas murraças e puxões de cabelos

veio a polícia apertou a mão ós gajos acenou para as senhoras de saia preta riu-se de um segurança que estava a segurar os tomates

e afastou o pessoal que tinha começado a protestar pensando que tinham as costas quentes

isto das esquadras da polícia estarem integradas em bairros problemáticos cria problemas de bizinhança

se fosse um miúdo atracado ao eléctrico a descer o combro
a polícia nem ligava

mas um alemão a descer sem pagar...

era pessoal muito nacionalista
se tivessem dado uma carga de porrada na Merckl voc~eis intá apladiam

ê só tirei 25% na prove de pretugues a culpa eh dus alimais

João Branco (JORB) disse...

quer dizer que os agentes da autoridade mentem deliberadamente ao estado dizendo que estão doentes. e não foram ainda despedidos ?

porra se um gajo for um mentiroso violento e sem escrúpulos, ser bófia é a melhor profissão do mundo.

Anónimo disse...

MEU PAÍS SEM FUTURO E SEM PRESENTE!

MINHA PÁTRIA DE AUSÊNCIA E PODRIDÃO

NEGROS? JUDEUS? CATIVOS? -TUDO É GENTE(Alemães e suas larvas excluidos

SÓ QUEM RI DOS Polícias É QUE NÃO

Ricardo Alves disse...

Luís Lavoura,
não tenho a certeza de que baixa fraudulenta seja causa suficiente para despedimento da função pública. Mas espancamento, sim.

As baixas fraudulentas, no entanto, indicam que naquela esquadra se parece ter formado uma subcultura de abuso de poder, violência e encobrimento.

Anónimo disse...

Ricardo Alves disse...

Luís Lavoura,
não tenho a certeza de que baixa fraudulenta seja causa suficiente

para permanecer na função pública

como professores surdos com baixas consecutivas de 3 e mais anos

ou pessoal com mialgias várias que não aparece no tribunal há...

mas ajuda muito a passar o tempo