quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Um Presidente da República monárquico?

Fernando Nobre é dado como monárquico pela Causa Monárquica e pelos Realistas (e também por bloguistas monárquicos). É presidente da Assembleia Geral do Instituto da Democracia Portuguesa, associação filo-monárquica cujo Presidente de Honra se faz tratar por «Dom Duarte de Bragança», e cuja «Missão» inclui, estatutariamente:
  • «A Associação defende a necessidade de Portugal evoluir politicamente para uma sociedade mais democrática no âmbito do princípio de soberania popular e no pleno respeito pelo Estado de Direito, nomeadamente através da liberdade de definição constitucional da forma de governo.»
Esclareça-se: a República é de todos, e qualquer cidadão deve poder ser Presidente, inclusivamente os monárquicos. Mas as convicções políticas dos candidatos, particularmente sobre a questão do regime, não são, não podem ser, indiferentes. Mesmo que outras razões não pesassem, muito dificilmente votarei num monárquico para Presidente da República.
E mais: com esta candidatura, arriscamo-nos a perder um bom activista humanitário ganhando um mau Presidente. Ou a perder um bom activista ganhando um candidato cujo objectivo principal parece ser barrar o caminho a Manuel Alegre.

27 comentários :

no name disse...

uuiiiiiiiii que temos o caldo entornado...

João Vasco disse...

Que pena...

Jorge Santos disse...

Pois...esta agora...xD

Pedro disse...

Manuel Alegre é aficionado das Touradas, mas não se prevê que, sendo eleito presidente, viesse a contribuir para restaurar os touros de morte para lá de Barrancos, não é?

Já agora, e por falar em concursos, Aristides de Sousa Mendes tb era monárquico, não era?

Talvez convenha esperar pelo programa com que o candidato a candidato se propõe ir a votos e depois fazer juízos.

Também não concordo com o argumento da "falta de experiência". Até meter as mãos no barro, qualquer outsider é um inexperiente... certo?

Para já, é uma supresa e neste fulgor baço da terra que é Portugal a entristecer", isso já é qualquer coisa.

Um abraço

Ricardo Alves disse...

Caríssimo «Pedro-que-procura-Inês»,
antes de se ser Presidente da República, convém começar por «meter as mãos no barro» em qualquer coisa mais simples. Como ser deputado ou autarca. Ter fundado e liderado uma ONG é alguma coisa, mas não chega. E, em particular, quando não se conhecem as convicções políticas de Fernando Nobre, para além do pendor monárquico que agora aparece como extravagante.


Por todas essas razões, a minha expectativa não é muito benévola. Mas veremos o que diz hoje...

Pedro disse...

Pois é, Ricardo...

Mas basta ler como no esquerda. net e no arrastão achincalham o Nobre ao tempo que incensam o Alegre, para se perceber melhor como isso da dita "experiência política" consegue ser uma coisa muito podre.

De repente, aparece gente de cabeça perdida mentindo descaradamente (artigo de Jorge Costa) e usando métodos absolutamente execráveis, num insólito assassinato de carácter.

E só por isso, já tem o Nobre a minha simpatia. Continuem, que ainda é capaz de vir a ter o meu voto e o de muita mais gente.


Sabem que mais?
Pelo menos o Nobre já ensalsichou o Bloco. ah, ah, ah, ah, ah!

Ricardo Alves disse...

Caro «Pedro-sem-Inês»,
não vejo Nobre a ser achincalhado nem Alegre a ser incensado, nem no Arrastão nem no artigo de Jorge Costa.

A verdade é que quem se fascina com Fernando Nobre está a passar um cheque em branco a um cidadão que tem um trabalho humanitário exemplar, mas que não parece ter ideias políticas precisas, e que não tem a experiência mínima para o cargo a que se quer candidatar. Para além disso, é monárquico, e tem um percurso político que vai do PSD ao BE passando por Mário Soares e António Costa.

Espero não me enganar, mas tudo me diz que quem apoiar FN se arrependerá mais à frente.

Rui Monteiro disse...

Oh amantes da gaja de peito ao léu, Fernando Nobre é português e que eu saiba não perdeu os seus direitos e não são uma cambada de laicistas que o vão impedir de se candidatar.
Vocês não mandam na constituição :)

Ricardo Alves disse...

Senhor Rui Monteiro,
para a próxima leia o texto antes de comentar.

João Vasco disse...

Mas onde é que raio é se foi buscar a ideia de que "laicistas" querem impedir a candidatura de seja quem for?

Se um monárquico se candidata a presidente da república, dificilmente contará com o meu voto, mas candidate-se à vontade.

Não sei se é o caso de Fernando Nobre, mas as informações que o Ricardo expôs são um indício nesse sentido.

Bravura Lusitana disse...

Pela primeira vez em 100 anos a república vai ter com candidato com "ética" e humanista.

Fernando Nobre não é um politico carreirista o que assusta os candidatos catapultados pelas máquinas partidárias.

Ricardo Alves disse...

Senhor «Bravura Lusitana»,
está a dizer-me que, pela primeira vez em 100 anos, os monárquicos vão votar para Presidente da República? Não me parece... ;)

dorean paxorales disse...

pois é, no melhor pano cai a nódoa.
mas não é a primeira vez:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_do_Canto_e_Castro

e até lutou contra os seus.

Ricardo Alves disse...

Já sabia do Canto e Castro.

Rui Monteiro disse...

Vocês falam muito, vejam em que posição está o vosso blogue no http://www.alexa.com, um site indicador de tráfego ...

Comparem com os blogues monárquicos e vão ter muitas surpresas :))

Nomeadamente o Causa Monárquica, e já agora obrigado pela publicidade que nos fazem porque nos aumenta no raking do Google heheheheh

Rui Monteiro

Ricardo Alves disse...

Senhor Rui Monteiro,
estou profundamente preocupado com o tráfego deste blogue. É que nem imagina... ;)

INVICTUS disse...

senhor Ricardo Alves...por haver pessoas como voce que só acredita em gente aficionada aos partidos politicos é que este país continua a viver na mediucridade e no desespero calado. tenh 24 anos e tornei-me monarquico pois acho que este país precisa de referencias validas e não de pulhas que saqueiam o bolso dos contribuintes para beneficio proprio e de sus muchachos. o senhor Socrates é uma referencia válida para si? Republica não é sinonimo de democracia...e a nossa muito menos.

Ricardo Alves disse...

Senhor «Invictus»,
eu não acho que a política se esgote nos partidos. E, aliás, um dos aspectos mais positivos da campanha de Manuel Alegre em 2006 foi justamente ter avançado sem os partidos, marimbando-se no seu apoio. Totalmente diferente seria acreditar em pessoas apolíticas, acima da esquerda e da direita, da república e da monarquia. Isso, dispenso.

INVICTUS disse...

pois...bela contradição :) pois pelas suas palavras a politica não se esgota nos partidos, mas n concebe um candidato fora do mundo da politica...há coisas fantasticas,não há?

Ricardo Alves disse...

Senhor «Invictus»,
eu nunca pensei que ser monárquico fosse uma mera questão de iletracia, mas lendo os seus comentários e os do Rui Monteiro, essa tese ficou com maior sustentação.

dorean paxorales disse...

over and out.

INVICTUS disse...

O facto de o senhor achar que uma pessoa é incompetente para governar só porque nunca esteve ligado a uma facção politica já diz muito de si, e o país sofre por culpa dos "politicos" que supostamente na sua mente serão aptos para saber gerir e governar.

Ricardo Alves disse...

Sennhor «Invictus»,
se nem sequer consegue ler (compreender) o que eu escrevo, muito menos se deveria arriscar a ler a minha mente, como tentou fazer no último comentário.

O que diz no seu comentário sobre o que eu acho competente/incompetente não corresponde ao meu pensamento.

INVICTUS disse...

Pois para si todos o compreendem mal...é pena. se qualhar o senhor é que devia pensar antes de escrever, porque se calhar anda a transcrever mal as suas ideias e daí a nossa confusão. voce disse:"eu não acho que a política se esgote nos partidos" mas alguem que seja sensato acredita que alguma vez Manuel Alegre esteve fora dos jogos Partidários? O seu sentimento contra Fernando Nobre é apenas por este estar ligado a movimentos monarquicos, mas como fez referencia, e bem, ele ja apoiou vários politicos em varios momentos, da esquerda à direita, e isso não mostra desnorte, percebe-se que é um homem que não olha a cores partidárias. acreditar que alguem fora do mundo da politica não será capaz de governar é para mim um erro, pena é que as pessoas de bem não se querem meter em politica, pois sabem que é um mundo cada vez mais entranhado no lodo, com gente sem escrupulos e que dependem da politica para serem alguém. Depois ficam espantados quando o Dr. Salazar, mesmo depois do fim do seu regime, continua a ser tão importante entre grande parte dos portugueses...nem tudo foi mau concerteza.

Ricardo Alves disse...

Senhor «Invictus»,
vou ver se me consigo explicar de uma vez por todas.

1) Acho muito bem que pessoas com responsabilidades na sociedade civil (em ONG´s, por exemplo) entrem na política. Não acho que o pessoal das J´s deva ter a exclusividade, longe disso.

2) Todavia, não se começa pelo topo. Quem quer ser Presidente da República deve exercer primeiramente outro cargo político (presidência de câmara, deputado...) em que os cidadãos possam aferir do seu mérito.

3) Evidentemente, mesmo quem nunca esteve ligado à política (ou sequer a ONG´s) pode candidatar-se a PR. É por isso que somos uma República.

4) Do «pode» não se segue que eu apoie. Sou eu quem decido em quem voto. Importa-se?

5) Quando alguém se candidata a um lugar tão importante como o de PR, há vários factores que são importantes para eu formar um juízo. Por exemplo, a experiência política (ver 2).

6) Também são importantes as convicções políticas. A mim, não me é indiferente votar num monárquico ou num republicano para Presidente da República. Creio não errar se disser que para si não é, também, indiferente.

Espero ter esclarecido.

INVICTUS disse...

Como já referi sou monarquico mas acima de tudo acredito em democracia, apoiaria uma republica e votaria, caso esta tivesse gente a altura de mudar portugal para melhor...depois de 100anos pouco se viu de melhoras. Continuaremos a espera que o " Sebastião" se decida a aparecer ou que (Deus queira que não!) a espanha nos domine por completo (o que não estará muito longe de acontecer).

João disse...

Sinceramente acho a vossa argumentação para o facto de ele ser monarquico um pouco fraca.

No entanto é forte no sentido de concluir que esse candidato tolera a monarquia - e mais, compactua com esses ideais.

Não creio que seja honesto da parte dele não fazer menção a isso ou a outra visão politica no seu site.

A monarquia é uma reliquia de uma altura em que um punhado de familias controlava a terra e os povos deste continente.

Bom post.