sábado, 20 de fevereiro de 2010

Grandiosa manifestação clerical e neonazi na Av. da Liberdade: três mil pessoas(?)

A manifestação convocada pelos fascistas do PNR e pelos clericais das associações pró-«família tradicional» juntou de duas mil e quinhentas a cinco mil pessoas.
Se foi por causa desta tropa fandanga de beatos, freiras, cabeças rapadas e monárquicos que o Sócrates não aprovou já a adopção de crianças por casais do mesmo sexo, foi muito maricas.
Cavaco ficou com menos espaço para vetar.
(A imagem é do Cinco Dias.)

40 comentários :

Anónimo disse...

Apaga já esta mensagem porque és completamente parvo e imbecil.
Só tu podes escrever as parvoíces e o calão que achas insultuoso!

Portanto, vai para o Caralho com a tua Liberdade. Devias era ter vivido no tempo do Hitler!!! Já estavas na câmara de gás, ó meu grande paneleiro.

Agora, mariquinhas de meia tigela faz-me o favor:

Não, não é isso que estás a pensar...é só apagar o comentário.

João Silveira disse...

Viva o ateísmo ao serviço da verdade. Obrigado por me continuar a mostrar o porquê de não ser ateu.

Keep up the good work.

João Vasco disse...

João:

«Obrigado por me continuar a mostrar o porquê de não ser ateu.»

Se a tua razão para não ser ateu é um ateu qualquer algures escrever algo com que discordas, ou mesmo que te revolta, acho que isso diz muito sobre a sensatez das tuas decisões em matéria religiosa...

João Silveira disse...

João:

obviamente que a razão de não ser ateu não tem nada a ver com o Ricardo Alves nem com nenhum ateu em especial, felizmente.

Mas vejo que os ateus se definem como pessoas que buscam a verdade, contra o obscurantismo, e contra o que envenena tudo e traz mal ao mundo, como a reigião. Em princípio são coisas boas, eu também tento procurar a verdade, e lutar contra obscurantismos.

Depois leio textos destes, e essa imagem vergonhosa, para completar o ramalhete.

A minha identificação com esta maneira de actuar é zero, e isso ajuda-me a confirmar que o ateísmo não me realiza.

Mas obrigado pela preocupação.

Um abraço

João Vasco disse...

João Silveira:

Não é preocupação. É um reparo.

Um reparo que tu me farias se eu pegasse naquilo que um crente particular tivesse escrito e tivesse dito "pois, por isso é que não sou crente".

Se calhar os textos do César das Neves parecem-me tão "vergonhosos" como este te parece a ti. Mas não sou ateu por causa do comportamento menos recomendável de nenhum crente em particular.

Mas eu acho que a divergência mais importante está mesmo na parte do "não me realiza". Eu procuro a verdade, e não espero que ela me realize ou não. O que me realiza é o que eu faço.
Condiciono aquilo que desejo e faço ao que acredito ser real, em vez de condicionar o que acredito ser real ao que desejo.

Anónimo disse...

Demagogo essa cartaz...
E reparo que já faltou mais para alguém se lembrar de meter estes beatos e monárquicos no Campo Pequeno...

Neoazis? Qual o problema?

Os do Cinco Dias não são comunas?

É tudo a mesma coisa, comunismo e nazismo são ideologias igualmente assassinas e imbecis. O comunismo até matou muitos mais milhões de pessoas que o nazismo, mas não há diferença nenhuma. Os fachos só não mataram mais porque perderam a guerra, em intenção e em potencial criminoso são igualmente culpados.

Agora, há rapaziada "camarada" muito porreira O mesmo se deve passar com muitos dos inscritos no PNR. Se o Jerónimo de Sousa é um bacano, não vejo por que alguém, só por ser do PNR, não o possa ser. Seguramente que não defendem o assassínio de judeus.

Mas, claro, refiro-me ao camarada e facho comum, politca, historica e filosoficamente analfabeto.

Quanto aos intelectuais nazis e comunistas, aí sim, temos de ter cuidado. Usam as mesmas tácticas que os seus líderes históricos: a mentira descarada, o revisionismo histórico, a sede de poder.

Filipe Castro disse...

Parabéns pelo texto. E a imagem está bestial. :o) E orgulha-me imenso saber que tudo somado dava menos de 5 mil pessoas. Em Madrid foi um mar de gente, todos a quererem proibir coisas e negar a felicidade a quem for ou parecer diferente.

Quando os vejo assim, militantes e manifestantes, lembro-me do que se costuma dizer aqui: um puritano é um idiota que sofre quando sonha que alguém, algures, se está a divertir.

Na direita é o sexo que não os deixa dormir. Na esquerda é a comida (são todos vegetarianos e tomam vitaminas, só comem comidas orgânicas e olham para mim no restaurante como se eu fosse um criminoso, quando eu afogo as minhas batatas fritas em mayonnaise :o)

Anónimo disse...

o artigo demonstra uma mente pouco esclarecida. Talvez um qualquer arruaceiro daqueles que vemos a queimar carros nas cimeiras g8.
mais que a discussao substantiva do tema vejo aqui uma enorme intolorancia por se catalogar estes manifestantes.
E antes de insultar a igreja informem-se ao menos das suas obras sociais!
Quanto ao resto facam o que quiserem da vosso vida aberrante LGBT

Ricardo Alves disse...

Há gente com pouco sentido de humor. ;)

Ricardo Alves disse...

Jairo,
este cartaz é tão demagogo quanto o original.

Mas não compare o nazismo ao comunismo: o primeiro não sobrevive sem violência e encenações militaristas. Como se viu na Avenida.

nuno disse...

Quanto ao primeiro comentário...só podia ser um anónimo. Teria o maior prazer em te enrabar a sangue frio, meu querido. Quais são as obras sociais da igreja? O medo? A intolerância? A PEDOFILIA?? O que é que a igreja faz que o estado não faça? Mais uma vez um anónimo. Gente cheia de medo...

JDC disse...

"Mas não compare o nazismo ao comunismo: o primeiro não sobrevive sem violência e encenações militaristas."

De repente, lembro-me da diabolização do americano por parte de Chavez, ameaçando a Colómbia com um confronto armado. Ou então as pretensões nucleares da Coreia do Norte. Mas só assim de repente...

nuno disse...

Venezuela está bem. Mas a Coreia do Norte? Comunista?? AHAHAHAH Quê? Só por ter lá uma foice e martelo penduradas? Santa ignorância...

Ricardo Alves disse...

JDC,
não compare uma democracia como a Venezuela com uma ditadura totalitária como a da Coreia do Norte.

Os problemas fronteiriços entre a Venezuela e a Colômbia são históricos, muito anteriores à ascensão de Chávez ao poder, e ultrapassam as questões ideológicas. Já a «corrida nuclear» da Coreia do Norte é um delírio militarista e perigoso.

Anónimo disse...

paneleiros para a coreia do norte

JDC disse...

nunovski2001 e Ricardo Alves,

Não sou eu quem considera a Coreia do Norte um regime comunista. Eu nem sou um estudioso nem filosofo do comunismo, deixo esses epítetos a quem sabe, ou seja, ao Partido Comunista Português, que não descura o caminho socialista da Coreia do Norte... No dia em que eu ouvir o PCP a críticar o que se passa na CN, afirmando taxativamente que aquilo é mero despotismo, então poderemos conversar novamente...

João Pedro disse...

Nunovsky, o que a Igreja faz a mais do que o Estado é muitíssimo, e se não fosse ela havia de ver a miséria que grassaria por aí. É a ela que se dirigem os indigentes, os pedintes, os misráveis, aqueles a quem mais ninguém liga, bem como dezenas de famílias carenciadas. Quanto à pedofilia, pelo menos a Igreja reconhece o problema, pede desculpa e compensa as vítimas. E os pedófilos que não são da Igreja? Espero é que nunca precise de recorrer às instituições de solidaridade cristãs; talvez aí visse o quão ignorantes e hipócritas são os seus comentários. (Neo-liberalismo é o mesmo que fascismo? Não que eu goste muito de nehum deles, mas a gente que faz estas comparações deve fazê-las sob o efeito de alucinogêneos).

Ricardo Alves disse...

JDC,
a Coreia do Norte é uma ditadura comunista. E sim, o PCP defende-a. E sim, faz muito mal. Mas não compare com a Venezuela, que é uma democracia razoavelmente equilibrada para os padrões actuais.

JDC disse...

Ricardo Alves,

De acordo! Da mesma forma que, se calhar, a imagem deste post faz comparações pouco razoáveis...

Ricardo Alves disse...

JDC,
acho que a imagem tem graça e é pertinente.

Ricardo Alves disse...

João Pedro,
a ICAR levou muitos anos a reconhecer o problema dos sacerdotes pedófilos. Raramente os denuncia. Veja o caso do padre Frederico: a ICAR denunciou-o? Onde? Quando?

Quanto à assistência social, muito haveria a dizer. Para começar: não é por a ICAR controlar a maioria das instituições de assistência social que ganha o direito a dizer quem se pode ou não casar.

Anónimo disse...

Ricardo Alvez, não me desiluda mais. Então mensagems puramente ofensivas não eram para ser apagadas?

Ricardo Alves disse...

Jairo Entrecasto,
está a pedir-me para apagar o primeiro comentário e o das 12:54?

Anónimo disse...

Ricardo Alves, não sou o responsável pelo primeiro comentário. Ele é insultuoso para a sua pessoa, mas se o Ricardo gosta ou não se importa de ser insultado, é lá consigo. Nunca pediria que apagasse ofensas dirigidas à sua pessoa quando a sua vontade é que elas fiquem expostas.

Refiro-me sim, ao comentário que me é dirigido por um anónimo. É puramente insultuoso e dirigido a mim, não gosto disso. Se não o apagar, permita-me concluir que estou livre para responder nesta caixa de comentários utilizando o mesmo tipo de vocabulário e de ataque pessoal.

Obrigado.

Ricardo Alves disse...

Jairo,
apaguei o comentário em que Sua Excelência era insultado. Espero que se mantenha, também, dentro das normas.

Os outros divertem-me. Por enquanto. Talvez os apague no futuro, não sei.

Anónimo disse...

Ricardo Alves, não gosto mesmo que anónimos que nunca vi na vida me digam "vai-te foder, cabrão" ou que me chamem porco.
Não percebo essa do "Sua Excelência", até parece que me chamaram apenas parvo ou outra mariquice qualquer.

Ricardo Alves disse...

Já nem me lembro do que lhe chamaram, mas partilho a sua repugnância pelo anonimato. E pelos pseudónimos. ;(

Anónimo disse...

Não tenho nenhuma repugnânica pelo anónimato ou pelos pseudónimos, não gosto é que anónimos e "pseudónimos" me insultem. Prefiro que o façam dizendo quem são.

Tenho uma repugnância sim, pelos que se incomodam que outros usem anonimato e pseudónimos para expressarem as suas ideias. São tipos com um interesse mórbido em saber a identidade de quem pensa de maneira diferente deles. Só justificam a necessidade de anonimato e pseudónimos.

Ricardo Alves, façamos assim: eu vou fingir que acredito que já não se lembre do que me chamaram. E a nossa conversa termina por aqui,porque também não gosto que me chamem mentiroso de forma cínica.

Ricardo Alves disse...

Eu não lhe chamei mentiroso.

Simplesmente, estava a tentar compreender se não se apercebeu de que quem escreve sob anonimato ou com pseudónimo insulta mais facilmente.

Anónimo disse...

Percebo. Por isso considero uma má prática permitir tão violentas ofensas por parte de anónimos. Nunca sabemos quem as está a fazer, podem até ser pessoas muito conhecidas, que usam o anonimato precisamente para manterem intacta a sua boa imagem. Para evitar desconfianças, não permitir esse tipo de insultos parece-me uma boa política de comentários.
Mas o Ricardo Alves considera algumas ofensas divertidas e não mando na sua casa. Só lhe pedi que apagasse a porcaria que me era dirigida.
Ficará a desconfiança sobre quem terá desejado a morte ao Ricardo e aos "paneleiros", podem até desconfiar que possa ter sido eu ou qualquer outro.
Acho que não se deviam permitir essas coisas; mas percebo que o Ricardo Alves as considere úteis. Que fique claro é que isso estraga o bom ambiente; é o convite aberto para que qualquer um de nós largue sorrateiramente o nosso nome próprio ou pseudónimo registado, e dirija as maiores porcarias a quem tem ideias diferentes das nossas.

Aécio disse...

Os pseudónimos registados são importantes para defender aqueles que como eu têm algo a perder ao expressar as suas opiniões, nesta nossa sociedade em que o políticamente correcto é o Esquerdismo perigoso.
Fica-lhe mal dizer o que diz, porque sabe muito bem que estavam lá ilegalmente. Visto que as contra-manifestações são proibidas!
E era isso que estavam a fazer e depois a polícia em lugar de vos identificar e pedir para desmobilizar protegeu-vos.
Sabe bem que se fossem nacionalistas eram corridos à bastonada certo, como diz e muito bem houve polícias que sacaram dos bastões e arrearam!
Não conhecia o seu blogue e quero dar-lhe os parabéns!
Raras vezes vi juntos nesta quantidade, chorrilhos de mentiras, deturpações e inversões de factos.
Cumprimentos

Ricardo Alves disse...

Senhor Escarapão,
eu não me manifestei na Avenida da Liberdade. Mas devo dizer-lhe que ver gays a lançarem beijocas a nacionalistas foi das coisas mais divertidas que vi nos últimos tempos. ;)

Ricardo Alves disse...

Jairo,
quem tem porcaria na cabeça tem o direito de a pôr cá fora. Até é mais perigoso impedi-los de mostrar o que lhes vai por dentro. Acho eu.

João Silveira disse...

João Vasco:

“Um reparo que tu me farias se eu pegasse naquilo que um crente particular tivesse escrito e tivesse dito "pois, por isso é que não sou crente".”

Só faria isso se discordasse das afirmações desse crente em particular. E tu, discordas deste post? Se sim, deves também um reparo ao Ricardo Alves, muito mais do que devias a mim.

“Eu procuro a verdade, e não espero que ela me realize ou não. O que me realiza é o que eu faço.”

Boa ideia, assim estás sempre realizado, nunca falhas. But then again, isso é o que tu fazes, não quer dizer que seja o que deva ser feito.

Eu acredito que o Homem se realiza mais com a verdade do que com a mentira, porque foi feito para a verdade. Tu não acreditas que o Homem foi feito, acreditas que apareceu do acaso, por isso nunca poderemos concordar nesse ponto.

João Vasco disse...

«“Um reparo que tu me farias se eu pegasse naquilo que um crente particular tivesse escrito e tivesse dito "pois, por isso é que não sou crente".”

Só faria isso se discordasse das afirmações desse crente em particular.»

Sinceramente, não vejo que sentido é que isso faz.

O erro está em dizer que o ateísmo/religião X está errada por causa daquilo que um ateu/crente escreveu sobre um determinado assunto político. Essa atitude é errada quer aquilo que esteja escrito seja correcto ou não.


«E tu, discordas deste post?»

Como não sei nada sobre a manifestação, não tenho forma de saber se têm razão em dizer que o post é injusto, ou se o Ricardo tem razão nas críticas que faz.

À partida tendo a ter mais confiança no Ricardo, que conheço, do que naqueles que o criticaram, alguns com ameaças e insultos idiotas. Mas admito a hipótese de que as críticas dele sejam injustas. Apostaria no oposto, mas não tenho forma de saber.


«Tu não acreditas que o Homem foi feito, acreditas que apareceu do acaso»

Acaso é o que não tem causa.
Eu acredito que no nosso universo é assim: existem efeitos com causa e efeitos sem causa. No geral aquilo que observamos é uma mistura das duas coisas. Por exemplo, o movimento do electrão é parcialmente descrito por leis. Mas não é completamente regular. À parte que é impossível prever através de leis, chamamos acaso.

Aquilo que seria de esperar do universo é que não fosse 100% regular (determinista) nem 100% irregular. Assim, tal como acontece na mecânica quântica, o acaso tem um papel naquilo que acontece, mas não total.

Isto é o que se sabe sobre o funcionamento da natureza. O homem não é diferente. É parte da natureza. Está sujeito às leis naturais e ao acaso, como toda a natureza.

Ricardo Alves disse...

JV,
os religiosos usam «acaso» como sinónimo de «sem propósito ético».

João Silveira disse...

João Vasco:

“O erro está em dizer que o ateísmo/religião X está errada por causa daquilo que um ateu/crente escreveu sobre um determinado assunto político. Essa atitude é errada quer aquilo que esteja escrito seja correcto ou não.”

Concordo se estivermos a falar de uma pessoa isolada, que age contra a maioria das pessoas que têm essa crença. Mas como este é o modus operandi normal nos sites ateus que visito, em que supostamente em nome da verdade e da liberdade se recorre à mentira e à deturpação de factos, concluo que essa é a maneira de actuar destes ateus com os quais me cruzo. Como dizem que a religião envenena tudo, mas afinal vejo que os ateus também gostam muito de envenenar, e isso para mim não é correcto, é mais uma confirmação que não me identifico com essa crença. E não deturpes o que eu disse, disse que não era nem de perto nem de longe a razão principal pela qual não sou ateu. Digo sim que me ajuda a confirmar que o ateísmo não é bom para o Homem.

“À partida tendo a ter mais confiança no Ricardo, que conheço, do que naqueles que o criticaram, alguns com ameaças e insultos idiotas. Mas admito a hipótese de que as críticas dele sejam injustas. Apostaria no oposto, mas não tenho forma de saber.”

É o que se chama fé.

“Está sujeito às leis naturais e ao acaso, como toda a natureza.”

E as leis naturais foram criadas por acaso, voltamos ao mesmo.

João Vasco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Vasco disse...

lógica é "o Ricardo mentiu, logo isto confirma o que eu achava: os ateus são todos uns mentirosos. É por isto que rejeito o ateísmo."

Se continuas a defender essa lógica e não reconheces o erro, não posso dizer mais nada.




«À partida tendo a ter mais confiança no Ricardo, que conheço, do que naqueles que o criticaram, alguns com ameaças e insultos idiotas. Mas admito a hipótese de que as críticas dele sejam injustas. Apostaria no oposto, mas não tenho forma de saber.»


É o que se chama fé.»

Se o Ricardo me disser que ontem sentiu-se enjoado, eu não tenho forma de confirmar e vou acreditar nele.
Mas se ele disser que viu um Dragão, eu não tenho forma de confirmar e vou desconfiar dele.

Se achas que acreditar nele sem ter forma de confirmar é fé, então sim, tenho "fé" nele se me disser que ontem ficou enjoado.

Para mim a questão relevante é saber qual o meu critério para acreditar nele no primeiro caso, e não acreditar no segundo.


O critério corresponde a considerar sempre a hipótese mais provável. Se à partida a probabilidade do Ricardo mentir é 0.01%, a probabilidade de ter ficado enjoado no dia anterior é 1%, e a probabilidade de ter visto um Dragão é 0.000000000000000001, então DADO que diz ter ficado enjoado é cerca de 100 vezes mais provável que esteja a falar verdade. E DADO que diz ter visto um Dragão, é cerca de 10000000000000000 vezes mais provável estar a mentir. Claro que aqui estou a simplificar e a não considerar todas as outras possibilidades (equívoco, exagero, etc..), e também estou a dar exemplos com números que só servem para explicar a ideia (não estou a dizer que seja mesmo aquela a probabilidade dos Dragões existirem e não termos dado por eles, seria muito mais baixa; não estou a dizer que seja aquela a probabilidade do Ricardo mentir, ou de estar enjoado).

Outro exemplo: um relato histórico de um marinheiro português relata que o capitão deu-lhe uma palmada nas costas. Qual a probabilidade de algo do tipo ter acontecido, não considerando que foi relatada? Vamos supor 9%. Qual a probabilidade do marinheiro mentir no relato? Vamos supor 1%. Então, DADO que o evento é relatado, existe 90% de probabilidade de que seja verdadeiro.
Não é fé aceitar o relato como verdadeiro.

E se ele relatar ter visto uma sereia?
Será possível que as sereias existam? Como seria possível terem escapado à detecção até agora? Como seria possível não terem deixado fósseis? Como seria possível terem surgido?
Uma mente aberta considera a possibilidade. Vamos supor que tudo isso era possível, mas naturalmente improvável: 0.00000000000000000001%.

Agora, DADO que o evento foi relatado, qual a probabilidade de ter ocorrido? Naturalmente, maior do que se não existisse relato. Mas ainda assim muito baixa. A probabilidade do marinheiro ter dito a verdade e ter visto a sereia é cerca de 0.000000000000000001%, assumindo que ele diz a verdade em 99% dos casos.

O raciocínio é sempre o mesmo, quer para aceitar, quer para não aceitar o que é dito. Se chamas fé a este processo, chama.

Mas este processo é teoria das probabilidades pura, e o mesmo leva à conclusão de que Jesus não ressuscitou.


«E as leis naturais foram criadas por acaso»

Não foram criadas.
O universo tem regularidades no espaço e no tempo e irregularidades também, como seria de esperar num universo que não foi criado por ninguém.
Às regularidades que encontramos damos o nome de "leis naturais". Ninguém as estabeleceu.

Ricardo Alves disse...

João Silveira,
onde é que eu «menti» ou «deturpei» factos?