1. «Andar de cara tapada ou destapada não é opção de moda ou idiossincrasia cultural. Em regra as pessoas não andam de cara tapada quando interagem com outros. Além de ser a parte mais expressiva do nosso corpo, a cara é a forma de nos identificarmos. (...) Andar de cara tapada é uma atitude ameaçadora, porque uma pessoa que esconde assim o que quer e quem é não parece vir com com boas intenções. Em todas as culturas há uma aversão natural a quem aja assim. (...) Os franceses querem proibir o uso da burka em espaços públicos e há quem diga que isto é atentar contra os direitos e costumes daquelas mulheres. Não é uma crítica muito acertada porque os costumes visados são mais os dos “donos” dessas mulheres.» (Ludwig Krippahl)
2. «O ateísmo é definido sempre pela negativa (a-teísmo, des-crença) como se existisse só em função das religiões e não tivesse mérito próprio para responder às manifestações religiosas e pseudo-científicas com uma abordagem científica, racionalista e humanista. (...) O caminho faz-se caminhando, como diz num belo poema o poeta andaluz, António Machado, e o ateísmo tem vindo a afirmar-se como o espaço onde homens e mulheres constroem os seus valores e uma moral humanista alheia aos caprichos dos deuses e às ameaças do Inferno. A história do ateísmo é também a história desse combate pela autonomia da moral, sem especulações metafísicas nem orientação espiritual do clero.» (Carlos Esperança)
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