quinta-feira, 3 de maio de 2007

Revista de blogues (3/5/2007)

  1. «Apesar da hierarquia da Igreja Católica de Roma não se perder de amores pela Revolução de Abril, -- nem ser de uso, comemorar a Revolução dos Cravos nas igrejas -- o seu mais alto representante em Portugal, Cardeal Patriarca, foi convidado a assistir à cerimónia oficial que teve lugar na Assembleia da República. Ora acontece que, ao longo do século XX, a Hierarquia Católica, com raríssimas excepções, apenas mostrou simpatia e apoiou o golpe militar de 28 de Maio de 1926, tendo aderido às soluções orgânicas que o Estado Novo encontrou para lhe devolver a influência que perdera com a Revolução Republicana. Ao enviar uma carta, pedindo o esclarecimento sobre o critério que levou ao convite deste chefe religioso, a Associação República & Laicidade, fez o que muitos de nós gostaríamos de ter feito. Já sabíamos que há gentes do Estado pouco incomodadas com o que dos ideais de Abril não se cumpriu ainda; ficamos agora a saber que os há também com força suficiente (miraculosa?) para tentarem operar retrocessos na separação entre o Estado e as religiões. Valha-nos Deus» («Milagres (3)», no Puxa Palavra.)
  2. «Obviamente que a organização do 1º de Maio de 1975 estava manipulada e controlada pelo PCP, pela CGTP e pelas chamadas alas militares “gonçalvista”e “esquerdista”, pretendendo formalizar a subalternidade dos socialistas, nomeadamente impedindo que a sua expressão eleitoral se reflectisse em influência laboral e expressão sindical. Mas os “incidentes” resultaram, na génese, de um plano da direcção do PS para provocar o confronto nesse dia, ajudando a separar águas entre os partidos que estavam no palco da revolução ao lado do MFA. (...) Eu estive lá desde o início, quando se começou a organizar o desfile, e ocorreu junto a mim, então simples manifestante pró-CGTP, na Praça do Areeiro (junto às “Chaves do Areeiro”), a vinda da “força de choque socialista”, proveniente da Praça do Chile [foi ali que se concentraram, à parte e com antecedência (13 horas), as hostes socialistas, como o comprova o cartaz do PS na imagem], que irrompeu para conquistar, à força e com violência, a cabeça da manifestação e provocar distúrbios, desorganizando o desfile.» («E o respeitinho pela história?», no Água Lisa (6).)

1 comentário :

João Vasco disse...

Devia ter visto este primeiro artigo antes de publicar o "Ateísmo na Blogosfera" hoje no DA.

Fica para a próxima. Espero que não fique muito anacrónico...