sábado, 19 de maio de 2007

Jornalistas

O que mais me irrita nos jornalistas é aquela atitude de absoluta certeza que eu vou partir os ossos da bacia... deixem-me pensar numa metáfora menos brejeira... que eu estou ali, ao serviço deles, e que não hesitarei em deixar os meus filhos sem jantar só para aparecer 15 segundos no documentário infantil deles, entre dois anúncios de automóveis.

Este semestre disse a três grupos que não queria trabalhar com eles, ou participar nos documentários deles. O terceiro grupo, sobretudo, ficou absolutamente chocado porque apareceram fora de horas e eu não os recebi porque tinha um almoço de trabalho, com um colega. A incompreensão estampada na cara deles reflete uma arrogância de que nem eles próprios se dão conta.

Para mim a actividade deles é criminosa: a esmagadora maioria faz documentários para uma idade mental de 5 anos e distorce a realidade para a tornar mais atractiva para as multidões bovinas que eles depois vendem às empresas de anúncios.

O passado é um assunto sério. Além de uma das “últimas fronteiras” mais excitantes do conhecimento, já não me lembro quem é que escreveu que o estudo do passado tem uma componente orwelliana muito séria: é que se desconhecermos o passado temos de confiar nos políticos.

Mas não se adivinha nenhuma reflexão por trás do riso alvar destes produtores e destes realizadores, para não falar do resto das equipas.

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