- «Aqui está um bom exemplo para desdizer os que afirmam que a Ciência é dogmática. Existe um problema em Física que não foi resolvido. Como é sabido, a intensidade da força gravítica F sentida por dois corpos é proporcional às suas massas, m1 e m2 e inversamente proporcional ao quadrado da distância r entre elas. (...) Mas, como disse, há um problema. É que as estrelas na orla da galáxia estão a rodar mais depressa do que deviam, a julgar pela força gravítica a que estão sujeitas. Conhecendo a luminosidade das estrelas, os astrónomos conhecem a sua massa. Medindo a sua paralaxe, conhecem a sua distância. Conhecendo as distâncias e as massas conhece-se a força gravítica e por estranho que pareça, esta parece ser insuficiente para pôr as estrelas a rodar à velocidade a que estão. Propôs-se então que talvez exista uma forma de matéria entre as estrelas que fornece a força extra - matéria que, ao contrário das estrelas, não emite radiação tendo sido assim apelidada de matéria escura. Apesar de não ser possivel observá-la directamente pode-se detectar a sua presença porque o seu campo gravítico distorce o espaço-tempo e isso altera a trajectória da luz das estrelas no fundo estelar. (...)» («Fora-da-lei», n´O Banqueiro Anarquista.)
- «(...) a crença não indica menor inteligência. Mas vou começar por explicar o que quero dizer com «inteligência».Proponho que é o conjunto de quatro aspectos mais fáceis de definir. Conhecimento, capacidade de relacionar o que se conhece, criatividade e espírito crítico. (...) O crente é inteligente, mas a crença é das poucas actividades humanas (e talvez a única das que a sociedade eleva) que não beneficia da inteligência. Para ter fé de nada serve o conhecimento, o raciocínio, a criatividade ou a capacidade de crítica. Pelo contrário. Cada um destes ameaça a fé, e em conjunto são o seu pior inimigo. A crença não é inteligente. Mas há duas formas diferentes da crença não ser inteligente. Pode ser como gostar de chocolate. Não é inteligente nem estúpido. É, e pronto. Eu reconheço que o chocolate me pode fazer mal, e não me ofende se me disserem que é melhor evitar comer chocolate ou que gostar de chocolate é como gostar de chupa-chupas. Muitos crentes encaram a crença desta forma. (...) Mas outros apresentam a crença como sabedoria, como uma verdade, que é pública, objectiva e que todos devem reconhecer. Tentam convencer que a sua fé é verdadeira, ao contrário das outras. Ensinam os filhos a crer e batem-nos à porta a oferecer revistas ridículas. (...)» («Crença e inteligência», no Que Treta!)
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