Quando os linguistas pareciam convencidos de que existiria uma «gramática universal» mínima subjacente a todos os dialectos do planeta, eis que nas profundezas da selva amazónica se descobre o idioma mais simples do mundo, sem tempos verbais, orações subordinadas, cores ou números. Se este relato se confirmar, o Pirahã é a descoberta mais importante dos últimos anos no campo da linguística.
Consequências culturais para as trezentas pessoas que usam exclusivamente esta língua: não desenvolveram meta-linguagens como a matemática (não sabem contar) ou a religião (não têm mitos da criação, embora tenham rituais de «comunicação com os mortos»). O sistema familiar parece ser extremamente simples, e a memória oral não se estende a mais de duas gerações.
Um ponto a favor do «culturalismo» e contra a sociobiologia?
Ler mais: Enciclopédia brasileira dos povos indígenas; Chomsky diz que a sua teoria da linguagem universal não fica refutada; polémica sobre as peculiaridades do Pirahã; «Cultural Constraints on Grammar and Cognition in Pirahã» (Daniel L. Everett).
1 comentário :
Ver post Paradigm killers, acima, neste blogue.
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