quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A liberdade de não ter religião

A liberdade de não ter religião inclui actos tão simples como não tirar o chapéu à passagem de uma procissão. No fundo, a liberdade de não seguir a multidão, de não ser como os outros, de não se conformar com o grupo. Ser um cidadão livre.
Em 1908 ainda não era possível ser diferente do rebanho:
  • «1908 [5 de Setembro] – Altercação pública entre um popular e o conhecido poeta, jornalista e escritor Guerra Junqueiro, em frente à redacção do jornal republicano do Porto, O Norte, quando decorria uma procissão religiosa, devido ao facto de o poeta se recusar a descobrir-se perante a passagem da procissão.» (Almanaque Republicano)
Teve sorte Guerra Junqueiro. Um desafio semelhante, poucos anos antes, terminou na prisão.

2 comentários :

dorean paxorales disse...

Eu até aceito o princípio mas o exemplo não é dos mais felizes.

Totalitária a atitude de um mísero "popular"? Durante uma procissão onde decerto haveria milhares, senão centenas, de outros como ele e que nem ligaram à 'ofensa'? E logo em frente a um edifício republicano?

Grande almanaque de reportagens, sim senhor.

Ricardo Alves disse...

Dorean,
onde aparece a palavra «totalitária» no meu texto?