terça-feira, 11 de setembro de 2007

Tibete: uma teocracia feudal

Existe toda uma «aura» construída em redor do «Dalai Lama», que só persiste porque se ignora o que era o Tibete de que ele era o monarca: uma teocracia feudal, onde os mosteiros possuíam a quase totalidade da terra, assim como toda a autoridade política, judicial e policial, a maioria dos camponeses eram mantidos em servidão (senão mesmo em escravatura), o rapto de crianças pelas ordens religiosas era considerado normal, e os castigos corporais (amputação de mãos, furar olhos, chibatadas) eram a forma mais corrente de administrar «justiça». Só para se ter uma ideia:
  • «In 1953, the greater part of the rural population---some 700,000 of an estimated total population of 1,250,000---were serfs. Tied to the land, they were allotted only a small parcel to grow their own food. Serfs and other peasants generally went without schooling or medical care. They spent most of their time laboring for the monasteries and individual high-ranking lamas, or for a secular aristocracy that numbered not more than 200 families. In effect, they were owned by their masters who told them what crops to grow and what animals to raise. They could not get married without the consent of their lord or lama. A serf might easily be separated from his family should the owner send him to work in a distant location. Serfs could be sold by their masters, or subjected to torture and death.»

Mais informação aqui.

4 comentários :

João Moutinho disse...

Venho felicitar-vos por esta chamada de atenção relativamente a este paraíso terrestre.
Se não me tenho coibido de clamar contra os paraísos inspiradpos pelo "Che" e C.ª não faria sentido ter aqui outra postura.
O que não quer dizer que não haja ali uma ocupação estrangeira.

Camarelli disse...

ora finalmente leio na blogosfera portuguesa uma opinião mais esclarecida sobre o tibete e o aspirante a teocrata «dalai lama».

uma coisa é condenar a ocupação pela china, outra é embarcar na propaganda a favor do regresso do tibete à era medieval do obscurantismo, da miséria, das epidemias e da exploração humana que então grassava sob o comando do poder clerical.

carlos daniel

Ricardo Alves disse...

Exacto. Eu também não defendo a ocupação chinesa. Mas há uma tendência real para romantizar o budismo e o Dalai.

Anónimo disse...

É a 1º vez que vejo alguém em Portugal a não cair sobre os lugares comuns sobre o Tibete.

Já estive no Tibete, cuja identidade se encontra já totalmente aniquilada pelos Han. O que se passou ali foi uma barbaridade irreversivel.

No entanto, dai até romantizar o Tibete dos anos 40, um estado medieval, de uma pobreza sem comparação com qualquer outro, em que eram servidos fardos de palha aos automóveis e em que o exército tibetano achava que era invencivel lutando sem armas de fogo, vai uma distância enorme.

O Dalai Lama é uma figura simpática, sim senhor, lider espiritual para quem o queira seguir, muito bem, mas politicamente vale 0.