Imagine que está numa cama de hospital, enfraquecido pela doença e amansado pela medicação. Vê aproximar-se da cama um desconhecido, que lhe diz:
-Já pensou em abandonar a sua religião?
Atónito, ainda tenta reagir. Mas o seu interlocutor está de melhor saúde e remata-lhe:
-O «céu» e o «inferno» são tretas. Não há vida depois da morte, esqueça essas ilusões.
Como se sentiria, caro leitor? Agredido? Invadido na sua privacidade? Pois então já sabe como se sente um ateu quando tem de mandar embora um padre que o vem incomodar à cama do hospital.
Imagine ainda que o desconhecido que o incomodou é pago pelo Estado para fazer exactamente o que lhe fez a si. Desagrada-lhe a ideia? Ainda bem. Devo dizer que concordo consigo, caro leitor católico. É justamente porque concordo consigo que defendo que só deve receber assistência espiritual quem a pedir por escrito, e que essa assistência não seja paga pelo Estado. Estamos de acordo?
[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
2 comentários :
Na inefável TVI disse-se que o Estado estava a pôr em causa aqueles que voluntariamente prestam o seu auxílio aos doentes. Resta saber o respeito que esses caridosos "voluntários" pensam da liberdade de os doentes os mandarem dar uma curva.
Sou cristão, não católico e politicamente à esquerda.Concordo que só deve ser prestada assistência espiritual a quem a pedir. Mas tê-lo que fazer " por escrito", nem ao Diabo lembrava.
Enviar um comentário