Seria interessante investigar, daqui por uns anitos, quantas gravidezes indesejadas acontecerão no segmento de alunos cujos pais os impedem de frequentar as aulas de educação sexual. E no imediato, o ministério da tutela deveria esclarecer se a original «objecção de consciência» que lhes é tolerada (as faltas às aulas são «justificadas», e é o ensino público...) será alargável a outras matérias, ou se é exclusivamente para a dita «educação sexual».
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
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20 comentários :
Muito sinceramente, duvido que haja qualquer efeito relevante - tenho uma forte suspeita que a gravidez indesejada não tem nada a ver com falta de informação, mas com o clássico efeito "só acontece aos outros"
cujos pais os impedem de frequentar as aulas de educação sexual...meu caro senhor
a data de miudas que vai ao centro de saúde pedir a pílula do dia seguinte
não se preocupa com as doenças sexuais e sabe como evitar a gravidez...estúpido mas é verdade
vá ler nos formsprings há ali educação sexual para todos os gostos
e deseducação
a escola?
quem liga ao que se diz na escola
êta esquerda iludida
E quanto à questão da «objecção de consciência»? Alguém se pronuncia?
No fundo, é apenas mais um argumento para que os serviços de educação fossem subcontratados por utilização dos alunos.
Ricardo Alves,
Depende de como for dada a educação sexual. Se esta tiver um cariz meramente científico, discutindo questões biológicas do sexo, doenças e gravidez, não há qualquer dúvidas. Se, por outro lado, a ES for usada para difundir visões morais/éticas sobre a sexualidade humana então concordo plenamente com a "objecção de consciência".
Tem a certeza que você não é o resultado de uma gravidez indesejada, Ricardo?
Seria interessante investigar quantos defensores da liberalização do aborto e da educação sexual nas escolas não são resultado de gravidezes indesejadas.
Li no DN a notícia e achei inadmissível. É a antítese da educação, a cedência à ignorância e devia envergonhar os pais que o exigiram e professores que anuíram.
Se fosse com o currículo das aulas de Biologia, onde se ensina o sistema reprodutor humano, nada disto se passaria.
O comportamento de ambas as partes é um desrespeito pelas crianças e uma racha no ensino público.
Se fosse com o currículo das aulas de Biologia, onde se ensina o sistema reprodutor humano,
essencialmente são aulas de educação sexual
mas tal como o resto centram-se numa visão expositiva da questão
mesmo em sessões de debate com entidades externas à escola
(enfermeiros...agentes de propaganda de higiene e profiláticos)
não há grande participação
veêm aquilo como um frete
logo a proibição ou não nada mudaria
nada disto se passaria?
O comportamento de ambas as partes é um desrespeito pelas crianças?
ou adolescentes
e uma racha no ensino público...está há anos como os edifícios novos que as faculdades construiram
com falhas estruturais de nascença
quanto à objecção...é similar à que podem fazer quanto à educação de rel. e moral
de resto com as taxas de natalidade decrescentes
se as objecções não impedem o acesso dos filhos a métodos contraceptivos com riscos para a saúde
nem os impedem de obter informação
impedem-nos de ir a aulas direccionadas para um fim
os filhos dos evangelistas também discordam da evolução
são uma minoria
se as pessoas querem manter as suas crenças devemos impedi-los
deve-se dizer às miúdas do paquistão para irem para a escola islâmica de Palmela
porque nas outras apela-se a costumes corruptos?
há sempre o outro lado?
o toneblair com barba fica bem
se quisermos impor valores
porque não obrigar os monárquicos a terem uma reprogramação republicana?
O Nuno Gaspar é, como se vê, o resultado de uma péssima educação.
JDC,
creio que mesmo que a ES seja «expositiva» haverá problemas. Muitos pais não aceitarão que se ensine, por exemplo, a colocar preservativos a partir dos 12 anos.
Quanto à transmissão de valores, acho que a parte essencial será consensual: ensinar às crianças que devem saber dizer «não», que devem queixar-se de quem tenta fazer algo que não lhes agrada.
O problema, parece-me, é que certas organizações e os media se concentram em 5% do que é transmitido, como o facto de se dizer que existem casais homossexuais ou que não se devem sentir culpabilizados por se masturbarem.
Ricardo Alves,
No essencial, estou de pleno acordo consigo. O problema começa, como eu já vi, nalguns manuais de ES para o 2º/3º ciclo onde uma visão libertina e desresponsável do sexo é posta como legítima e aceitável. Ora, se numa idade mais avançada, onde a maturidade já é outra, isto seria pouco relevante, dizer a uma criança de 12 anos que o sexo pode ser visto como jogar à bola ou ir ao cinema é francamente intromissor nos direitos de educação dos pais.
JDC,
duvido que se diga às crianças que o sexo pode ser visto como jogar à bola ou ir ao cinema. Ou que se transmita uma «visão libertina e desresponsável do sexo». O que tenho lido por aí não aponta para esses dislates.
Ricardo Alves,
Posso, como você, ser o resultado de uma péssima educação, de uma gravidez indesejada ou de outra coisa qualquer. Isso não diminui os nossos direitos, seja o de existir desde o momento em que não poderiamos ser outro ao de educar os nossos filhos segundo os nossos valores.
Querer mandar na vida dos outros é próprio de fascistas. Se você já tivesse lido, por exemplo, este livro - "Liberal Fascism" de Jonah Goldberg - compreenderia facilmente.
Nuno Gaspar,
fui ver o livro que recomenda na Amazon.
http://www.amazon.com/Liberal-Fascism-American-Mussolini-Politics/dp/0385511841#reader_0385511841
Tenha lá paciência mas não vou perder tempo a ler um livro que considera Mussolini e Hitler «homens de esquerda», e Woodrow Wilson e Rooselvet «fascistas». Para baralhações ideológicas em livro, não tenho tempo.
Ricardo Alves,
Não estou a dizer que o façam. Mas que há manuais de ES assim propostos, há! Resta saber se algum agrupamento escolar os escolha...
"Querer mandar na vida dos outros é próprio de fascistas."
Quer dizer que os pais que não autorizam os filhos a frequentar as aulas de educação sexual são fascistas?
É. E os que dão leite aos filhos num biberão côr-de-rosa também.
Quanto à objecção de consciência, agora que sobram poucas batalhas à Isilda Pegado, se calhar nem falta muito para ser alargada ao darwinismo!
Criacionistas, agremiem-se contra esta tentativa do Estado Socilista de impôr as verdades contra a palavra de deus...
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