A pérola que hoje fez a volta ao mundo da blogo-esfera lusitana veio directamente da Madeira.
- «A legalização dos homossexuais é contra toda a lei, quer a lei moral natural, quer positiva. É contra o verdadeiro bem e destrói directamente a pessoa humana como tal. (...) Em primeiro lugar, a homossexualidade destrói toda a lei natural e positiva, toda a Moral, toda a Ética positiva humana, porque estabelece como critério da acção humana e sua conduta moral, não o dever, mas o próprio gosto e prazer: é estabelecer como legítimo que posso matar, roubar, etc., desde que me apeteça. Consequentemente, seria também legítimo usar o sexo conforme me apetecer, como se fosse um bem absoluto em si mesmo e cada qual um senhor absoluto das coisas. (...) O sexo, portanto, assim como qualquer ser criado, não é um bem em si mesmo, mas um meio, um útil para conquistarmos, atingirmos e servirmos a Deus, a Existência e a Vida, com a sua mais profunda característica, a geração, a procriação, ou seja, o amor e entrega de si mesmo aos outros. Ser, pois, homossexual é mais uma das muitas maneiras práticas de ser ateu, de negar o verdadeiro e único Bem absoluto, Deus, e legalizar a homossexualidade é legalizar o ateísmo e o laicismo ateu e maçónico e combater oficialmente a Religião. (...) A legalização da homossexualidade é, além disso, contra a Constituição portuguesa. (...) Depois a Constituição portuguesa é a lei máxima que obriga todos os portugueses. Ora, a homossexualidade destrói toda a lei, porque estabelece como critério da acção humana, não a lei, mas o prazer e gosto de cada um. (...) Por fim, a homossexualidade é condenada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, feita pela ONU. (...) A homossexualidade é condenada directa e explicitamente por Deus como uma aberração monstruosa, um dos pecados que “bradam aos Céus”, através de factos históricos da História do Povo Judeu no A.T. e através da Igreja Católica onde Deus continua a falar-nos e convencer-nos com verdadeiros milagres a comprovar a Sua Palavra: ver Sodoma e Gomorra, no livro do Génesis, c. 19. Ver também S. Paulo na carta aos Romanos, c. 1 de 18 a 32.» (Orlando M. Freitas Morna é padre e escreve no Jornal da Madeira, pasquim ultraclerical e de extrema-direita que sobrevive graças ao dinheiro dos contribuintes e às habilidades de Jardim.)
3 comentários :
Ricardo, acho que esse artigo ainda tem pérolas melhores que as que destacaste:
Adoro esta logo ao princípio: «faz-se propaganda nas farmácias, e não só, que devemos usar o preservativo porque é “o prazer de sentir”. Ora, “o prazer de sentir” é o prazer próprio dos animais, porque não têm entendimento, mas só instinto. Ao contrário, o prazer próprio e digno do homem é o prazer de cumprir o seu dever, a lei, aquilo que é justo e a que tem direito.»
E todo o ponto 3 é um mimo, do qual destaco:
«Dizem os defensores da homossexualidade: mas o homossexual não pode ser condenado, porque a homossexualidade já vem com ele desde o nascimento, é um tendência da sua natureza, à qual ele não pode resistir.
Resposta: Se fosse uma tendência da natureza humana, então todos os homens teriam esta tendência, pois o que é da natureza existe em todos os indivíduos dessa natureza, o que é impossível, porque toda a natureza viva tende para reproduzir-se, para a procriação. Em segundo lugar, se isso fosse verdade, Deus não teria castigado todos em Sodoma e Gomorra, pois matou todos e todos portanto eram culpados e o seu homossexualismo era culpado e não da natureza. Se pois não é uma tendência da própria natureza, segue-se que o homossexualismo vem duma má educação e convivência doentia continuada das mesmas pessoas.
Se isso fosse verdade, o hermafrodita seria necessariamente homossexual, o que não é verdade.
Também o que vem destruir essa opinião é o facto de haver pessoas que tanto “gostam” de homens como, ao mesmo tempo “gostam de mulheres”. Também se poderia dizer que, se fosse o homossexualismo devido à constituição física biológica de cada um, então nas farmácias poderíamos encontrar medicamentos para fazer homossexuais e lésbicas, o que não é verdade.»
Claro que depois do ataque de riso que provoca um artigo escrito por alguém que nem sequer sabe utilizar a lógica, ou escrever num português decente, uma pessoa lembra-se do contexto, a Madeira, e aflige-se.
Muito bom Ricardo!
Isto nem me causa riso, só dó..
André Carapinha,
confesso que tive alguma dificuldade em escolher as «melhores» partes deste artigo. Eram tantas, que a dificuldade esteve na escolha... ;)
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