terça-feira, 22 de maio de 2012

Revista de blogues (22/5/2012)


  • «A direita europeia tem passado as duas últimas semanas a chantagear o povo grego e a demonizar o líder do Syriza, Alexis Tsipras; e reafirmando um poder de soberania que manifestamente os gregos não admitem. Desde Merkel até Lagarde, passando pelo inefável José Manuel Barroso, todos parecem querer ter uma palavra a dizer sobre o destino da Grécia.

    Não se pode negar que tenham. O que preferem querer esquecer é que ao destino de Grécia está intimamente unido o futuro do Euro e da União Europeia. Por isso não se percebe a posição de força desta direita que oscila entre a cegueira ideológica e a orgulhosa teimosia. Todos os dias se repetem as ameaças: as medidas de austeridade são para cumprir. Ignorando que foram essas medidas de austeridade que levaram ao descalabro económico da Grécia e, estranhamente, de acordo com as belas cabecinhas pensadoras desta gente, à ascensão dos partidos de protesto nas legislativas. É como se a Europa estivesse a seguir disparada em direcção ao abismo, ignorando todos os sinais alertando para o fim da linha.


    Ao ouvirmos o discurso extremista, violento, xenófobo destes líderes europeus - os ministros dos Negócios Estrangeiros e das Finanças alemães conseguem ir mais longe do que Merkel, neste aspecto - quase que nos surpreendemos com a articulação e sensatez do líder da esquerda radical grega. Tsipras tem aproveitado o foco mediático para fazer passar a sua mensagem. Não só internamente - estando a conseguir convencer os gregos a votarem útil no Syriza - mas sobretudo no exterior. Fluente na língua inglesa, tem concedido várias entrevistas a jornais e televisões um pouco por todo o lado. E o que tem dito ele? O evidente. Que a crise na Grécia é também europeia e que uma eventual saída do Euro irá provocar um efeito dominó de imprevisíveis proporções; que a criminosa austeridade imposta aos gregos não leva a lado nenhum e está a provocar uma crise humanitaria no país; e que sem crescimento económico, a Grécia nunca conseguirá pagar a sua dívida. Reafirmando a sua condição de europeísta e de defensor da moeda única, recusando a via argentina da suspensão total do pagamento da dívida, Tsipras vai aplicando cirurgicamente bofetadas de luva branca nos líderes europeus que enchem hipocritamente a boca de "espírito europeu" mas fazem o contrário do que esse espírito significa. (...)» (Sérgio Lavos)

1 comentário :

Lucas disse...

União Europeia: mais uma invenção esquerdista condenada ao fracasso.

Começo a notar um padrão histórico nas aspirações do esquerdume:

1. "Agora é que é!"

2. "Ooops! Houve traidores!".

3. "Agora é que é!"

4. "Ooopss! Estes sacanas dos traidores!"

5. "Sim! É agora!"

6. "Ermm....what happened?"