Hoje (ontem), descobriu-se que o diretor do Expresso tinha ficha no SIED. Incluindo «relações afetivas, nomes, idades e escolas frequentadas pelos filhos menores». Parte só podia vir de «fontes fechadas», ou seja, de vigilâncias, violações de privacidade e outros crimes. Tal como o cidadão Ricardo Costa, milhares de outros cidadãos honestos devem ter ficha no SIS ou no SIED (ou nos dois). Incluindo com quem dormiram ou com quem os espiões taradinhos acham que dormiram, a cor dos olhos dos filhos, etc. É tranquilizador? Não. Pior: numa ditadura, ao menos, assume-se que estas coisas se fazem. Em Portugal, em 2012, era suposto não acontecerem.
Entretanto, a Ongoing diz que rejeita a «insinuação de ter utilizado serviços secretos, detetives privados, investigadores ou quaisquer meios ilegais». Que cómico. Será que querem que nos esqueçamos que Silva Carvalho confessou no Parlamento que tinha ido para essa empresa formar uma equipa de «espionagem industrial» (como sabe línguas, chamou-lhe «business intelligence»)? E a propósito do ex-hiper-mega-pide Silva Carvalho: pediu para ser «desvinculado» do segredo de Estado. É uma ameaça de contar os segredinhos sexuais de todos os políticos, a quem vigiou ou o mandaram vigiar, quem torturou ou mandou torturar? Recorde-se que disse aos deputados que «não violou o segredo de Estado», mas não disse que não violou a lei e a Constituição (aliás, fez campanha para alterar esta última).
E até o PSD já começa a entender o monstro que ultrapassa governos...
1 comentário :
Como em Portugal os tribunais não funcionam...
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