terça-feira, 8 de maio de 2012

As verdadeiras razões do Pingo Doce

Muita gente de esquerda reagiu epidermicamente, e no meu entender prematuramente, à operação do Pingo Doce no dia 1º de Maio. No momento, pareceu-me uma tentativa de dar um golpe na concorrência, dado que uma cadeia de supermercados vista como jogando em «segmentos mais elevados» deveria estar a perder os exactos clientes que conseguiu chamar na semana passada. Agora, confirma-se: «a cadeia de supermercados assumiu recentemente que iria apostar numa política de preços baixos e na marca própria como estratégia para contornar a redução do consumo e, em consequência, no volume de vendas».

É evidente que também houve uma intenção política na escolha da data mas, do ponto de vista de um gestor de um grande grupo económico, esse é um ganho colateral.

6 comentários :

Filipe Moura disse...

Gosto muito de textos que se autointitulam "verdadeiros". Tu és o dono da verdade, portanto?

É possível que "do ponto de vista de um gestor de um grande grupo económico, esse é um ganho colateral", mas o ponto de vista de esquerda dificilmente coincide com o ponto de vista de um gestor de um grande grupo económico. Em nnenhum dos meus textos excluí o que disses, e nem vejo onde isso contradiga o que escrevi. Não vejo onde possa estar a reação "prematura".

O problema de muitos burgueses de esquerda (não estou a dizer que é o teu caso) com o Pingo Doce é que, provavelmente, os produtos do Pingo Doce têm uma qualidade superior. Pode bem ser que assim seja. Paciência. Não consta que o Álvaro Cunhal tivesse produtos de qualidade quando estava na clandestinidade, e muito menos na cadeia. A qualidade é reacionária.

Maquiavel disse...

FM, quais os produtos do Pingo Doce que têm uma qualidade superior aos do... Lidl, por exemplo?
Ou tu és mais uma das vítimas do marketing, que vê "preço mais alto"="maior qualidade"?

Faz entäo a lista dos produtos, e eu organizarei de bom grado um teste cego. Veremos.

Filipe Moura disse...

Maquiavel, eu não vou ao Pingo Doce. Já muito raramente ia, e desde o início do ano e a mudança da sede fiscal para a Holanda que não ponho lá os pés. Só estou a supor isso que afirmei (é uma hipótese - em vez de "provavelmente" deveria ter escrito "talvez"). Mesmo assim, mesmo que fossem de qualidade superior, isso deveria ser secundário. Era o que eu queria afirmar.

Maquiavel disse...

Pois, mas näo foste claro nesse aspecto. Agora entendi ao que queres chegar.
A última vez que fui ao PD foi em... Dezembro? Ou antes?

Ricardo Alves disse...

1) Não sou dono da verdade. Acho é que a política não nos pode alienar de procurar a verdade (no caso, a verdade económica).

2) Acho mais importante para a esquerda entender o que se passa na economia do que reagir ao «atentado» ao 1º de Maio.

3) Não penses tanto no Álvaro Cunhal. A falar do que sofreu na prisão dessa maneira, pareces um católico a falar de um santo da ICAR...

tempus fugit à pressa disse...

Cê num é me enganava pô

a democracia grega num´é a busca da verdade?

e a verdade é que somos todos gregos logo...