O segundo caso é este: Nuno Santos foi vítima de uma cilada para colocar a Direcção de Informação (DI) da RTP ao serviço do governo. O assunto ficara esclarecido com o Conselho de Redacção, a Comissão de Trabalhadores e o "director-geral" Luís Marinho (entre aspas porque o cargo continua ilegal), e, através deste, com a administração. Apesar disso, o caso foi reavivado três dias depois pelo "director-geral" e pela administração. Porquê? A meu ver, o "director-geral", o ministro Relvas, e o seu homem na administração, Alberto da Ponte, aproveitaram o caso para desgastar Santos, que vinha a desenvolver uma informação mais independente do poder político, desagradando a Relvas e relvistas na RTP. Apesar de esclarecido o assunto, os relvistas, pensando melhor, concluíram que podiam explorar o caso. Santos, percebendo a cilada, demitiu-se. Foi uma cabala própria dos mais ruins regimes de propaganda, autoritarismo e desinformação. O resto é fumaça, como o inquérito sumário e pré-decidido, tipo pré-25 de Abril, que Ponte mandou fazer. Ponte, cuja capacidade de gestão ainda não se viu, politicamente provou a sua submissão ao ministro Relvas.Qual é o desenvolvimento mais recente? Paulo Ferreira é o novo diretor de informação da RTP. Quem é Paulo Ferreira, perguntarão alguns leitores? Respondo eu: foi, entre outras coisas, diretor e responsável do Dia D, um suplemento do Público durante a direção de José Manuel Fernandes. E o que era o Dia D? Podem ver aqui e aqui, para terem uma ideia daquilo em que se vai tornar a informação da RTP.
Dois vinte e cinco não fazem um cinquenta
Há 5 horas
2 comentários :
Isto vai de mal a pior...
Quando soube quem ia substituir Nuno Santos comecei a pensar na hipótese de mais uma tentativa bem sucedida de ingerência do poder político na RTP.
Mas se Nuno Santos se apercebeu dessa cilada, porque é que se demitiu? Parece-me que a cilada era justamente essa. Essa hipótese de Cintra Torres parece-me um bocado confusa...
Enviar um comentário