Tem havido uma atitude clara da direita de criticar o tamanho do Estado Social no que toca aos gastos supostamente excessivos, associando-o assim ao défice, à dívida pública, à crise. Nas últimas semanas, a refundação (foi esta a palavra, não foi?), aka emagrecimento, do Estado Social tem sido apresentado como solução para todos os nossos males.
O Eurostat publicou hoje um relatório sobre o peso do Estado Social na economia (em % do PIB), e fica claro que nos países mais atingidos pela crise do Euro, o peso do Estado Social está abaixo da média.
Média UE27: 26.1% (2007) - 29.6% (2009)
Irlanda: 18.9 - 27.4
Grécia: 24.8 - 28.0
Grécia: 24.8 - 28.0
Espanha: 20.7 - 25.3
Chipre: 18.2 - 21.1
Portugal: 23.9 - 27.0
A Irlanda passa a média em 2010, mas esse número tem pouca relevância quando sabemos que é a exceção e não a regra: trata-se de um país num ano muito específico, com a economia destruída e com um desemprego anormalmente elevado.
A atitude da direita é um claro aproveitamento do desespero provado pela crise, para se alcançar aquilo que não se consegue em tempos normais. Gato escondido com rabo de fora...
2 comentários :
Isso de comparar um país com a média da UE nem sempre colhe. Porque os países da UE têm níveis de rendimento muito diferentes.
Pergunto, já agora, porque não se deveria comparar o Estado Social português com, sei lá, o chileno, ou o brasileiro, ou o marroquino, ou o turco. Todos nós concordamos que esses países não são bons para comparações com Portugal - porque é que a Alemanha, a Polónia, a Suécia ou a França o hão-de ser?
por isso se compara como percentagem de pib e não valor absoluto...
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