- «Sim, uma vasta camada da população não só compactuava como apoiava o regime de Salazar — mas que agora se sinta hostilizada por recordarmos os seus pactos é algo que não deve intimidar um candidato à Presidência da República. Segundo: os políticos também se distinguem pela biografia. Alegre foi um resistente, Cavaco um colaborador — atribuam ao termo as nuances que quiserem. Isto aborrece quem quer votar em Cavaco? Azarinho. Terceiro: o Tiago dificilmente tolera que Manuel Alegre lhe impinja o seu passado remoto numa base diária. Que direi eu, a quem impingem o passado servil, a actualidade inconsequente e o futuro radioso de Cavaco Silva todos os dias. Quarto: recordar um facto com significado político não é atirar lama a alguém. Atirar lama, numa campanha, é mentir ou recordar factos desagradáveis mas politicamente irrelevantes.
Não apoio Manuel Alegre, nunca votei e nunca votarei nele. Mas a atmosfera de plebiscito e a pulsão hagiográfica da candidatura de Cavaco Silva repugnam-me.» (Luís M. Jorge)
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Revista de blogues (15/12/2010)
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