quarta-feira, 14 de junho de 2006

Os fins não justificam os meios

No dia 2 de Junho, a polícia inglesa entrou a meio da noite numa casa de Londres e disparou uma bala contra o peito de um desgraçado de cuja ligação ao terrorismo suspeitava. Suspeitava erradamente, como se verificou rapidamente.
No entanto, para uma polícia como a inglesa, com pergaminhos de brutalidade e fabricação de provas contra terroristas de religião diferente, o baleamento e a agressão dos dois rapazes de Forest Gate é um progresso. Ainda o ano passado haviam abatido a tiro um electricista brasileiro deitado no chão e que tivera o azar de vestir uma camisola grossa.
O combate ao terrorismo não justifica que se sacrifique o respeito pelos direitos humanos. As próximas gerações espantar-se-ão com a indiferença com que foi encarado pelas democracias o campo de Guantánamo e o retrocesso que representou, e chocar-se-ão com o sr. Tony Blair que não quer que a polícia esteja «sob inibição alguma» quando «vai atrás de pessoas envolvidas em terrorismo». «Polícia desinibida» é polícia com autorização para disparar, senhor Blair...

1 comentário :

Pedro Viana disse...

Aqui encontram um relato na primeira pessoa do que aconteceu:

http://www.guardian.co.uk/terrorism/story/0,,1796915,00.html

E as perguntam ficam: mas é isto aceitável numa Democracia europeia?! Pode ainda alguém defender que Blair é de Esquerda, da Esquerda Liberal ou Libertária?... porque mais parecem métodos neo-estalinistas ou... neo-conservadores.