- «O referendo à despenalização do aborto será repetido em Janeiro. O Presidente está aberto a dar seguimento ao processo referendário, se este lhe chegar em condições normais da Assembleia. E o PS mantém a intenção de avançar em Setembro.» (Público)
E o referendo ao «Tratado constitucional europeu»? Não interessa? É para esquecer? Ficou adiado até nunca?
6 comentários :
ricardo:
o referendo ao tratado constitucional é mesmo para nunca mais.
daqui a um ano, a palavra constitucional vai cair, vão retirar-se cosmeticamente mais uns pozinhos e o resto fica igual.
de seguida, os governos nacionais apressar-se-ão a ratificar o tratado, sem fazer referendos.
a excepção será a França, que terá de fazer um referendo, e não tenho a menor dúvida de que, com ou sem segolene, o não voltará a ganhar.
mas a cegueira dos decisores políticos ao nível europeu impede-os de ver isso.
quanto ao referendo do aborto, o campo do não anda a preparar-se há que tempos, e nsse ascpeto o PS fez-lhes um enorme favor não lançando o referendo logo a saguir à vitória eleitoral.
quanto ao campo do SIM, que tem uma tarefa bem mais difícil pela frente, NADA.
RESULTADO:TEREMOS O NÃO A VENCER DE FORMA VINCULATIVA, pos deste vez a participação ultrapassará os 50%.
Cãorafeiro,
não sejas tão pessimista quanto ao referendo sobre o aborto. Ainda há tempo. E passaram oito anos, o país mudou.
Ricardo,
ainda não se sabe bem qual vai ser o futuro do Tratado Constitucional. Entretanto, a Hirsi foi expulsa, a Europa continua a bater a pala aos EUA apesar de todos os escândalos tipo Guantanamo e os Conselhos Europeus continuam dominados por nacionalismos e rivalidades entre ministros com o PE a servir de decoração. É a Europa do Não ao serviço da Administração Bush....
Rui,
se o anti-americanismo é a única motivação do europeísmo, temos o caso mal parado...
ricardo, pois é, o país mudou, concordo contigo. mas terá mudado em que sentido?
por isso é que estou pessimista.
a questão do aborto vale por si mesma, mas é também um símbolo da condição da mulher na sociedade.
devo dizer que nestes últimos anos, a geração de jovens que entretanto chegaram à idade de votar me parece muito mais conservadora. miúdos e miíudas completamente conformistas e dominados por uma mentalidade hipócrita.
além disso, o campo do sim em 8 anos nada fez para esclarecer a população para a necessidade de mudança-
.
mas o pior de tudo é a hipocrisia mesmo. conheço uma mulher que fez mais de 20 abortos mas mesmo assim votou não. e adora ir a Fátima, embora tenha feto mais de 20 abortos, que aliás não lhe pesam na consciência.
conheço raparigas jovens que fizeram abortos clandestinos mas que são completamente incapazes de defender publicamente o direito a fazer abortos dentro da legalidade, e em condições em hospitais públicos. uma delas teve complicações. mas nem assim...
porquê? porque isso ia estragar a sua imagem de meninas de família, ou seja, de boas candidatas a um bom casamento.
nota que não se trata de gente propriamente ignorante mas de mulheres com estudos superiores. mas incapazes de compreender o que são os seus direitos como mulheres.
o que interessa é corresponder à imagem de boas esposas, a ver se alguém lhes pega.
por iso e por muitas outras razões é que estou tão pessimista.
«cãorafeiro»,
embora concorde em parte contigo quanto à apatia das organizações que defenderam o «sim» há oito anos atrás, não concordo que as gerações mais jovens sejam menos conservadoras. Lê o post «entre referendos».
Cumprimentos
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