Passos Coelho chegou ao governo graças à intervenção da santíssima troika. Terá, como qualquer adulto, ideias próprias. Mas jura-nos que a sua única política é a da troika, da “austeridade” e do “empobrecimento”, “custe o que custar”, porque é “inevitável”, e quem protestar é “piegas”.
Não sabemos, porque nunca se dignou explicar-nos, se noutras condições teria outra política ou se fará algo diferente quando terminar a “emergência”.
Quando se procura alguma racionalidade nos seus discursos, encontra-se a vaga ideia de que das cinzas da destruição do Estado social nascerá um Estado novo, magro e “honrado”, que voará pelos ares com a leveza de nada dever aos credores e (suspeito que o mais importante), com a segurança de ter muito menos obrigações sociais perante os cidadãos. Ele quer convencer-nos que esse Estado “mínimo” (mas com os monopólios naturais e os bancos vendidos a ditaduras estrangeiras) libertaria subitamente uma legião de empreendedores, “desencostados” do Estado e prontos a criar emprego e riqueza. Infelizmente, Passos é dos piores personagens que se poderia escolher para protagonista dessa epopeia da “exigência” e da “autonomia da sociedade civil”, contra a “preguiça” e a “complacência”.
Não tem “credibilidade”. Pela simples razão de que o seu percurso pessoal é o de alguém que sempre viveu encostado ao partido e com os olhos no Estado.
2 comentários :
Num país invulgarmente oco, um PM à altura!
(vejam-se as sodagens, o gajo trata os portugueses como lixo, e eles apreciam... "quanto mais me bates mais gosto de ti" representa 80% dos portugueses)
Estado mínimo é um estado em que há apenas os seguintes ministérios;justiça,defesa e administração interna. O Passos quer isso?!?!
Qualquer pessoa que leia o memorando de entendimento percebe que o PIB teria de cair cerca de 10% (as nossas dividas e excessos) fazer isso sem empobrecer, humm parece-me que não.
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