quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Revista de blogues (2/2/2012)

  • «As derivas verdadeiramente graves começam sempre por coisas pequeninas, daquelas que se pergunta: “mas que importância tem isso”?

    E assim com esta questão dos feriados. Que importância tem isso? Pergunta-se. Afinal, é só o 1º de dezembro e o cinco de outubro. Afinal, o 1º de dezembro significa apenas a auto-determinação e o cinco de outubro significa apenas a república. São apenas ideias.

    E depois paramos para pensar que ideias são essas. Como pode um governo ignorar a auto-determinação sem a qual não seria governo e nem haveria país para governar? E como poderá algum presidente da república promulgar a supressão do dia da república sem a qual ele não existiria?

    Quem não respeita essas coisas pequeninas que são as ideias — as ideias que nos unem, as ideias que lhes dão existência, mesmo que eles não saibam — não é certo que respeite o resto. Auto-determinação e república não são umas ideias quaisquer. São as ideias que permitem que se diga que existe uma “República Portuguesa”. São assim, perdoem a comparação tão chã, como as dobradiças de uma porta — a que também se chama “gonzos”, ou “engonços”. Sem dobradiças, uma porta é apenas um pedaço de madeira.
    Ora, tudo na nossa forma constitucional de governo, na nossa democracia, e até na nossa existência independente, gira em torno das duas ideias tão simples que estão por detrás da expressão “República Portuguesa”. Que um governo consiga menosprezar ambas ao mesmo tempo só parecerá uma coisa pequena até ao momento em que entendermos que o resto — a descrença dos cidadãos, o sofrimento dos mais fracos, a liberdade de expressão independentemente das conveniências, uma noção daquilo que significa o interesse público, a manutenção de uma espinha dorsal neste país que vai para nove séculos, por mais lixado e endividado que esteja, mas com opinião e dignidade, raios — são também coisas que eles não entendem. E aí tudo fará sentido, e não será ainda tarde.» (Rui Tavares)

5 comentários :

Semisovereign People at Large disse...

um feriado é um dia de repouso

uma efeméride é um dia de memória e geralmente não é feriado

navas de tolosa nem é feriado em navas de tolosa

o facto do 5 de outubro ao deixar de ser feriado deixar a memória colectiva, tal não se deve ao facto de tirarem esse dia da hagiologia dos feriados

Semisovereign People at Large disse...

Pondo,ainda em termos mais simplex:
Ó grunho larga essa carapuça ideológica de escravo
Se deres a tua enxada do 5 de outubro à cooperativa
Ganhas tu ganhamos nós ganha a própria república
Pois como sal y azar bem sabia exterminar feriados leva a quem os perdeu a aguçar a memória

por isso auto-determinação é o dia em que um conde francês resolveu arranjar um condado na península ibérica

ou o seu filho híbrido luso ter fundado uma nação a partir da herança do pai...

se no 1ºde Dezembro o rey deixou de estar em Madrid e passou de Bragança para Lisboa é um episódio histórico que os Braganças usaram para legitimar o seu regime (e reforçá-lo) nós salvámos a piolheira do cativeiro
germano castellano da prole de Carlos V

Semisovereign People at Large disse...

Eu percebo que tenhas tirado um curso de histéria num pacote de Ajax ou da farinha Amparo

mas daí a tornar sacrossanto um dia

olha usa o dia da revolta do manelinho d'évora em 1637...
essa foi uma revolta de cariz popular

ou a da maria da fonte

ou a guerrilha do remexido

as outras foram as élites que usaram o povo como carne para canhão...

e não esquecer o 6 de Abril

Semisovereign People at Large disse...

feriado para 21 de Fevereiro já
temos de salvar o carnaval de ovar e torres precisamos de $

Semisovereign People at Large disse...

achamos que não faz sentido a escola estar aberta à 3ª feira...acho quisto foi em 93...