terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Revista de imprensa (27/12/2011)


  • «A última década foi a pior de que há memória para a economia portuguesa e o mau desempenho deve-se mais às restrições causadas pela união monetária que a erros políticos, diz Ferreira de Amaral.
  • O economista argumenta que "é razoável" pensar que a Europa "estaria melhor" sem a moeda única: "A zona euro cresceu pouco, muito menos que na década e meia anterior. Acumularam-se desequilíbrios gigantescos nas balanças de pagamentos, nomeadamente em Portugal, na Grécia e também, em parte, em Espanha."
  • Quanto a Portugal, assegura, nunca teve alguma "década tão má" como a começada com a introdução das notas e moedas de euro em 2002, "pelo menos desde a II guerra mundial".
  • Para Ferreira do Amaral, Portugal "já está" numa situação "pior que há dez anos": "Não só pior em termos de rendimento 'per capita' como pior nas desigualdades, pior em termos de estrutura produtiva".
  • (...)



  • "A nossa questão orçamental é apontada como um grande desregramento, mas não é verdade, tivemos maior desregramento antes de entrar na zona euro", continua Ferreira do Amaral, para quem se o problema fosse o despesismo dos governos "teríamos um défice muito maior, porque as receitas cresceram pouco, e a actividade [económica] cresceu pouco."
  • Para Ferreira do Amaral, a "transferência de recursos de sectores de bens transaccionáveis para bens não transaccionáveis" é resultado de Portugal fazer parte de um espaço com uma "moeda forte".
  • "O aparelho produtivo reorientou-se para sectores protegidos da concorrência externa, porque a moeda é forte e não fazia sentido concorrer com produtos importados", argumenta. "Isso não foi um erro de política económica, o erro foi aderir a essa zona [de moeda forte]."
  • Ferreira do Amaral também critica a União Europeia por se ter "aberto sem condições" ao comércio mundial: "A liberdade do comércio é boa em termos gerais", mas teria sido preferível "uma gradual liberalização".» (Económico)

«A manutenção na zona euro vai implicar estarmos décadas a viver à custa de empréstimos fornecidos pela União. Décadas. Porque não temos condições de crescimento nenhumas, e o nosso aparelho produtivo continuará talvez anda mais ineficiente que agora”, afirma. “Portanto, de uma ou duas décadas de ajuda ninguém nos tira, numa situação dessas. Penso que isso é insustentável, mesmo do ponto de vista político.» (Público)

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