sábado, 3 de dezembro de 2011

Intenções de voto



PSD: 45.4% (+3.8)
PS: 19.7% (=)
CDU: 7.9% (-2.6)
CDS-PP: 5.0% (-0.3)
BE: 4.1% (-0.1)
Others+Blank: 17.9% (-0.8)

Apesar de eu tomar contacto com uma contestação quase sem precedentes (a meu ver, perfeitamente justificada), o eleitorado ainda não parece estar insatisfeito com as escolhas deste governo. Um erro de avaliação grosseiro, na minha opinião.

Mas creio que a ilusão não durará muito. 2012 não passará sem que a direita fique em minoria - aposto - e talvez sob tanta pressão que a sobrevivência da coligação fique em risco. Será a Esquerda capaz de se entender para apresentar uma alternativa viável?

6 comentários :

no name disse...

joão, o erro de avaliação, neste caso, parece-me ser da marktest. acreditas mesmo numa projecção que daria 18% de votos em partidos pequenos? é irreal.

eu sugiro que olhes para os dados brutos dessa sondagem: o PSD aparece com cerca de 20%. ora quando há uns anos isso acontecia com o PS, os 20% eram "majorados" para trinta e poucos. aqui, com resultados brutos de mais de 50% para votos em pequenos partidos ou "não sei", "majoram" para 45%? se, além do mais, olhares para a distribuição geográfica escolhida (interior/norte), isto suscita-me muitas dúvidas...

ainda tens dúvidas? então mais dois pontos: as várias sondagens que têm saído relativas ao apoio que o OE2012 tem (desde 55% contra a 80% contra, nas diversas sondagens), tens sempre a rejeição maioritária. ou seja, a marktest não soube medir esse efeito. e, olhando para o próprio gráfico da marktest que mostras, como justificas abril de 2011? parece-me também claro: o que mudou foi o número de indecisos que se perguntavam se queriam mesmo votar no PSD do palhaço coelho, não o número de eleitores que iria votar PS ao invés de PSD. ou seja, a marktest não sabe analisar indecisos.

ou seja: o que eu leio destas sondagens é diferente da interpretação que tu ou a marktest lhes dão. o que eu leio é que o PSD já perdeu a sua base eleitoral de apoio, mas que o PS (com resultados brutos de 10%) ainda não ganhou a confiança do eleitorado. infelizmente, AJS ainda não conseguiu vir a ser o líder que o PS precisa...

João Vasco disse...

Ricardo Schiappa,

Não há nada mais razoável do que desconfiar da Marktest em particular.

Mas, mesmo que os seus dados estejam algo adulterados, tem sempre de existir uma realidade que lhes permita mostrar estes números. Se calhar o PSD não tem 45%, mas sim 40%. Mas de qualquer das formas, é muito.

E os indecisos, a resposta mais compatível com o dilema que apresentas - não gostam do PSD mas não encontram alternativa - não são assim tantos.

A mensagem da esquerda está a falhar algures: as pessoas estão mesmo a acreditar que não há melhores alternativas a estas políticas (sim, podem estar contra o orçamento, mas se fossem a votar nem estariam indecisas, votariam na direita novamente).
Espero que no próximo ano, quando as consequências destas políticas desastrosas começarem a ser sentidas, as pessoas tenham mais abertura para considerar alternativas. Espero no sentido em que desejo, mas também no sentido em que considero provável.

Miguel Carvalho disse...

Exacto (a ambos) a Marktest tem sempre dos resultados mais estranhos de todos.

Eu diria que o que está li estampado é espiritozinho salazarento de "sofrer é bom para ser honrado, e mais tarde ser recompensado". Com a austeridade do PS não funcionou porque o PS não tem menos apoiantes nessas camadas da população.

O TEU FLUVIÁRIO METE ÁGUA CAMARADA disse...

Miguel Carvalho disse...


Eu diria que o que está li ....

escrever demais produz erros estocásticos

1º o que está estampado é o conservadorismo de um povo, que contrariamente a gregos e irlandeses
manteve e aumentou as suas poupanças em bancos e aplicações financeiras portuguesas (exceptuando certificados de aforro e depósitos de políticos)

O pescador que faz um depósito de 250 euros por mês no BCP, votará não no PCP ou no BE mas abster-se-à porque confia que talvez apertando o cinto (como o fez no tempo de Soares e doutras figuras de má memória aqui na ex-cintura industrial de Lisboa)
sobreviverá, assim há quem tenha deixado de pagar a renda de casa ou a TV cabo (curiosamente muito abundante em casas com rendimentos de 600 e 900 por mês)e meter uns dinheirinhos na poupança

portanto quando um qualquer burguês de merda fala em camadas da população e sentido de voto

eu ex-votante no PCP e depois no BE digo-vos olha e se fossem todos cagare com as vossas análises

e dessem umas voltas pelos bancos de jardim da margem sul

aqui no distrito vermelho o que joga hoje é o medo do escudo

gente de 40 a 60 anos que trabalhou desde os 12 ou 15 anos
alguns com 20 e tantos ou 40 e tal anos de descontos

velhotas que trabalharam nas conservas desde os 12 e 14 e que faziam greves já antes de 74 por aumentos de 1$50 por dia e que têm uma pensaozinha de 200 ou 180 euros e acumularam 1000 ou 2000 eurros em depósitos para os netos
(ou para qualquer nexessidade)

esta gente é a espinha do PCP

o Bloco é uma mistela de gentes funcionalistas e de seus filhos com canudo no desemprego e sub-emprego

o CDS são os mesmos gatos pingados e os descontentes que gostam da sua prosápia

Restam os dois partidos que o método de Hondt fez crescer juntamente com as suas máquinas partidárias
e o PS do Soaristão e Sokrakistão não deu resultados

resta...madeira para a fogueira

Ricardo Alves disse...

Esses resultados mostram uma transferência do CDS para o PSD (consequência do «apagamento» de Portas), e, mais importante para este blogue, uma grande insatisfação com o actual quadro partidário à esquerda.

tempus fugit à pressa disse...

Ricardo Alves disse...

Esses resultados mostram uma transferência do CDS para o PSD

não o voto no CDS é sempre sub-estimado

muita gente bota no CDS
mas tem bergonha de o admitir

especialmente as élites
(pois populismo é assis ligado a ingnorância ao populacho sem nachos nim tachus

is pessoal satisfeito com uma esquerda que faz desfiles de funk cionários com 700 mil desempregados
400 mil sem subsídio de jêto
(clarus kinon