sábado, 17 de dezembro de 2011

Aversão aos números

Existem muitas atitudes que me agradam e que considero mais comuns entre as pessoas que se identificam ideologicamente com a esquerda: um maior espírito crítico, maior solidariedade e empatia pelos que sofrem, maior aversão ao racismo, ao sexismo, e à homofobia, um certo inconformismo com os males do mundo, e menos admiração acrítica pelos poderosos. Claro que várias pessoas de direita têm estas atitudes, e algumas pessoas de esquerda antes tivessem... Mas a minha experiência pessoal, que vale o que vale, diz-me que estas são atitudes mais comuns entre pessoas que se identificam com a esquerda.
Serve este preâmbulo para introduzir uma lamentação. Existe uma atitude perniciosa que também me parece mais comum à esquerda que à direita: a aversão aos números.

Não é assim tão pouco comum ler algum texto onde se critica a importância que «os números» têm na nossa sociedade ou no debate político. Sejam as estatísticas que são mentirosas, sejam os algarismos que são desumanos, estes textos contrapõem à frieza dos números a importância do sentimento. Frequentemente, os autores de textos com esta mensagem são de esquerda, e associam valores de esquerda a esta aversão numérica. E seus textos são, não raras vezes, louvados e aplaudidos.
E eu tenho pena disto.

O que estas pessoas parecem não entender é que os números, tal como as palavras, representam ideias. Tal como as palavras podem ser vazios, desumanos, e mentirosos; mas tal como as palavras podem transmitir ideias cheias de conteúdo, de valor, de verdade.
A aversão aos números é aversão a toda uma linguagem, importante e essencial em vários aspectos. Não querer lidar com os números é como não querer lidar com o Inglês: uma escolha legítima, mas que manieta a capacidade de comunicar ideias importantes.

O pior é se esta aversão aos números tem um significado mais profundo, se ela corresponde à aversão que certos sonhadores têm ao pragmatismo. Isso seria péssimo, porque a aversão ao pragmatismo é pouco mais que a garantia de derrota.
O sonho é essencial para que a acção não seja vazia, e o pragmatismo é essencial para que o sonho não seja estéril. Sonhos sem pragmatismo têm o mesmo triste resultado que pragmatismo sem sonhos: não se caminha em direcção à utopia.

5 comentários :

Os que estão a fazere tijolo dizem que bossa senhoria benceu.... disse...

que se identificam ideologicamente com a esquerda: um maior espírito crítico, (Jão Basquismo é direitista?

maior solidariedade e empatia pelos que sofrem,(debes ter bisto muito debes, como todo o bom médico sabe se a empatia aumenta é quando se torna incapaz de os tratar..nã lhe posso curtar os culhões pode ser que a septicemia num s'instale e a gangrena se cure soxinha

maior aversão ao racismo, bastava ver aqueles sucialistas britânicos e portugas que iam apertar as mãos do Nyerere...tinham cá uma aversão ó racismo só visto

foi comu un sucialista que veio inaugurar os picapau-amarelos da margem sul...pode ser cagora os ciganos se lavem ...sã cá dum anti racismus da boca pra fora


ao sexismo....és anti-sexo ou por igualdade de direitos há penetração mútua? é que é um acto intrusivo o relacionamento intra e inter sexual

aqueles russos que se castravam é que num eram sexistas,,,,,

e à homofobia,sim porque homosexuais de direita daqueles do mundo da moda que adoram hitler são muito raros....

mai uma Jão Basquinada...
Beijinhos jão
Há por aqui uns gaijos na margem sul quinté ta comiam bibos

O Luis Pacheco esse grande fazcista chamava-lhes...deixa cá ver mariconços de merda

e apesar disso sacava-lhes umas notas de 20 e umas de 100 mél réis de tempos a tempos

um certo inconformismo o in nã tá a mais o in tá out...

Os que estão a fazere tijolo dizem que bossa senhoria benceu.... disse...

Com números
Oxygen levels were low during Triassic (15%) and rose to 25% then lowering to 21% by the Late Jurassic
e durante o Jão Basquismo entraram em anóxia permanente.

the revolution of not-yet disse...

Os Maias viam os números como um ciclo 1,2,3 e 1
1,2,3,...20 e 1, eles entendiam os números

a história só parece repetir-se

mas os erros numéricos repetem-se vezes sem conta

Ricardo Alves disse...

JV,
concordo com o teu texto, mas acho que a aversão aos números não espelha a aversão às ideias, mas sim a aversão aos factos e à realidade.

the revolution of not-yet disse...

frequentemente...em que quartil anda essa frequência?

há mais ernst römher na esquerda que na direita é?

mais Galianos de extrema-esquerda?

mais Hell Angels do que Estaline Angels que gostem de vestimentas de couro?