quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Merkozy e os seus criados

Há aqueles que encaram as circunstâncias como inevitáveis, e os que tentam mudá-las. Cada uma dessas posturas tem vantagens e o seu contrário, mas não se sai de uma crise esperando que passe ou (o que resulta igual) aceitando que outros decidam por nós.

Na ausência de democracia europeia e enquanto tarda a secessão do euro, há um breve instante para os líderes nacionais brilharem. Por exemplo, seria um revolucionário sinal de inconformismo que os Estados «periféricos» se coligassem, em vez de persistirem numa antidemocrática atitude de subserviência perante o eixo germano-francês. Caso não tenham reparado, «Merkozy» é também uma mera coligação de interesses entre Estados, tão europeísta como qualquer outra, mas mais democrática – na medida em que os respectivos eleitorados se podem sentir representados.

Infelizmente, há escravos que não desejam libertar-se. Sabe-se que Passos Coelho viveu toda a vida à sombra de algo ou de alguém: da jota, do partido, de um barão do partido, das empresas do barão do partido. A sua cultura política é a do aparelhismo, não a do desafio perante hierarquias que aceita como inamovíveis. Ninguém imagina, por detrás daquele sorriso postiço, coragem para oferecer o peito às balas.

Sim, a UE continuará às ordens da Alemanha. Pelo menos enquanto tantos mantiverem interiorizada uma mentalidade de criados.

2 comentários :

O TEU FLUVIÁRIO METE ÁGUA CAMARADA disse...

Mercozy como Midgard Mid terrand e outros seres Obamo quiméricos

são sempre a resultante de muitas forças económicas e políticas

não se deve demonizar ou criar encarnações do mal (como dizia Nosso Stein)

Nem Walt Disney nem Ford são o demónio

nem Dillinger é o salvador reeencarnado

há sempre necessidade de sacrificar uns Sacco & Vanzetti

para impedir futuros Cuyahoga Massacre's

pecebido? nyet?

Daniel McCone é um Duarte Lima que subiu a pulso e os que vêm de baixo são geralmente impiedosos com a sua igualha

têm medo de perder o que têm

logo o medo e não o mal absoluto são a raiz de todas as quimeras políticas (Quimera de híbrido mythologico não de quimera do ouro Chaplinica ok)

se calhar querem subtítulos e notas bibliográficas e de rodapé além de bírgulas

iste é cá uma crise (à esquerda 8esta era daquela rábula do Camilo
(castelo Branco) com a Ivone Silva)
Sabadabadu anos de crise Soharista e doutras proveniências

Rui Curado Silva disse...

Muito bem, Ricardo.

"Por exemplo, seria um revolucionário sinal de inconformismo que os Estados «periféricos» se coligassem, em vez de persistirem numa antidemocrática atitude de subserviência perante o eixo germano-francês"

Exactamente.