O PS terá que tentar estabelecer pontes e acordos com os outros partidos de esquerda. Sabemos que tais pontes só serão possíveis em casos pontuais, mas o PS não pode ser acusado de não as tentar estabelecer. Por isso terá de se assistir ao afastamento de Augusto Santos Silva, o ministro dos assuntos parlamentares que assumiu que gosta de “malhar” nos partidos à sua esquerda, mas não hesitou, há três semanas, em directo, no “Prós e Contras”, a dirigir-se ao reaccionaríssimo Paulo Rangel como “o meu amigo” (algo que não fez a mais nenhum dos membros dos partidos presentes no programa). Talvez por dois tripeiros serem sempre amigos (por aqui se vê que o Porto é uma cidade pequena). Talvez, mais provavelmente, por o ex-maoísta (mas ainda bem maoísta na mentalidade) Santos Silva preferir qualquer outra alternativa a aliar-se ao PCP. É essa a cultura maoísta portuguesa, também presente em muitos sectores do Bloco de Esquerda (não todos). Convergências à esquerda assim são difíceis. Mas o PS não é o principal culpado de tal facto. Esta semana Santos Silva voltou ao “Prós e Contras”, pela enésima vez. Deve ter alguma avença. Ou então é porque a apresentadora é tripeira (também deve ser “sua amiga”). Que se mantenha como comentador, se ele e Fátima Campos Ferreira quiserem. Mas se o PS quer um mínimo de convergência à esquerda não o pode ter no governo. Muito menos nos assuntos parlamentares.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
A tralha socrática: Augusto Santos Silva
O PS terá que tentar estabelecer pontes e acordos com os outros partidos de esquerda. Sabemos que tais pontes só serão possíveis em casos pontuais, mas o PS não pode ser acusado de não as tentar estabelecer. Por isso terá de se assistir ao afastamento de Augusto Santos Silva, o ministro dos assuntos parlamentares que assumiu que gosta de “malhar” nos partidos à sua esquerda, mas não hesitou, há três semanas, em directo, no “Prós e Contras”, a dirigir-se ao reaccionaríssimo Paulo Rangel como “o meu amigo” (algo que não fez a mais nenhum dos membros dos partidos presentes no programa). Talvez por dois tripeiros serem sempre amigos (por aqui se vê que o Porto é uma cidade pequena). Talvez, mais provavelmente, por o ex-maoísta (mas ainda bem maoísta na mentalidade) Santos Silva preferir qualquer outra alternativa a aliar-se ao PCP. É essa a cultura maoísta portuguesa, também presente em muitos sectores do Bloco de Esquerda (não todos). Convergências à esquerda assim são difíceis. Mas o PS não é o principal culpado de tal facto. Esta semana Santos Silva voltou ao “Prós e Contras”, pela enésima vez. Deve ter alguma avença. Ou então é porque a apresentadora é tripeira (também deve ser “sua amiga”). Que se mantenha como comentador, se ele e Fátima Campos Ferreira quiserem. Mas se o PS quer um mínimo de convergência à esquerda não o pode ter no governo. Muito menos nos assuntos parlamentares.
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10 comentários :
ele não disse que gostava de malhar na esquerda, disse que gostava de malhar na direita.
fui agora ver o vídeo e tem razão filipe.
Nos assuntos parlamentares talvez não, mas foi dos melhores (o melhor?) ministros da cultura, e também não esteve mal na educação.
Não acho má ideia dar-lhe uma pasta onde se safe bem.
Foi um bom ministro dos assuntos parlamentares, na circunstância, maioria absoluta. Agora é necessário outro tipo de pessoa sem dúvida.
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O Santos Silva é ex-trotsquista. Não ex-maoísta.
na educação disse, uma vez, em directo, num debate na rtp, mais ou menos assim: "a carreira universitária portuguesa é das mais avançadas a nível mundial no que diz respeito às progressões na carreira. por exemplo, um asssistente, quando se doutora, é automáticamente promovido a professor auxiliar". morreu ali.
Ricardo A, palavra que ia julgar que era maoísta. É muito mais o estilo dele.
Ricardo S, não morreu, não. E foi uma pena (politicamente, é claro). Até por esse exemplo que dás: não posso com o homem.
«Santos Silva – Fui formado no esquerdismo juvenil, no trotsquismo, no PREC o doutor Mário Soares era um perigoso direitista...
– Pertenceu à LCI?
– A minha era a União Operária Revolucionária.
– Estava na universidade?
– O 25 de Abril aconteceu no meu primeiro ano na universidade. Mas a minha formação política começou numa coisa chamada Comités de Acção Liceais. Depois a UOR fundiu-se com a LCI, uma pessoa amiga, jovem amigo a quem eu nunca agradecerei o suficiente, emprestou-me um livrinho que explicava quem tinha comandado o massacre de marinheiros de Kronstad, foi o Trostky, e a partir daí afastei-me. Do Estaline nunca gostei, o Mão detestei, o Brejenev também. Gostei do Trostky na minha juventude, mas quando percebi que tinha chacinado pessoas afastei-me e aproximei-me do MES, embora nunca tenha sido militante.»
http://comunicaradireito.esta.weblog.com.pt/arquivo/2007/03/a_entrevista.html
OK, pá, obrigado. Eu acreditava!
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