segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Lisboa

Tal como Carlos do Carmo e tantos outros lisboetas, costumava votar na CDU para as autárquicas. Desta vez votei no PS (e apoiei publicamente a candidatura de António Costa).
Tal como (quase que aposto!) Carlos do Carmo e muitos outros lisboetas, tenho pena que a CDU tenha perdido um vereador, mas não me arrependo de nada. Principalmente porque creio que votei (convictamente) num grande presidente de câmara, mas também porque, como se comprovou, o risco de vitória de Santana Lopes era real. E havia que não dispersar votos, para não voltar a suceder como em 2001. Já da não-eleição de vereadores do Bloco de Esquerda não tenho pena nenhuma. Em qualquer dos casos, o sectarismo foi penalizado.
Tal como (quase que aposto!) Carlos do Carmo e muitos outros lisboetas, votei na CDU para a Junta de Freguesia. Considero os meus votos muito bem empregues. Nenhum deles foi perdido.
Santana Lopes tinha razão ao apontar o "voto útil" em Costa (para a vereação) por parte dos eleitores mais à esquerda, principalmente da CDU, como se comprova com o muito melhor resultado que a coligação teve nas eleições para as freguesias. Já não tem razão nenhuma (e soa a delírio) falar num "acordo secreto" entre PS e CDU ou numa intenção deliberada do PCP em votar no PS para a vereação. Por um lado estes resultados fortalecem Santana: este voto útil mostra que era um adversário temível para a esquerda. Mas por outro lado tornam evidente que a principal preocupação de grande parte do eleitorado era que Santana não fosse eleito. Santana divide os lisboetas quase ao meio: uma parte significativa ainda gosta muito dele, mas a maioria sente por ele uma rejeição enorme. Por muito que já haja quem afirme o contrário, Santana é um dos grandes derrotados da noite.