domingo, 25 de outubro de 2009

O dilema do historiador - I

José Matias é um historiador que está a estudar as interacções entre o império Asteca e os Flubos, um dos vários povos subjugados e dominados por este império.

Na sua procura por conhecer mais profundamente a história dos Flubos, José encontra vários textos que descrevem, com algumas diferenças, um evento extraordinário. A investigação de José leva-o à conclusão que os textos datam do ano de 1390 (d.C.), 1420 e 1430 respectivamente, mais ano menos ano. A história descrita tomou lugar, alegadamente, em 1350.

O primeiro texto conta a história de um camponês chamado Tui, que, por feitos extraordinários, acabou por se tornar chefe da aldeia. Como chefe da aldeia, Tui quis aprender mais e mais segredos mágicos com o curandeiro, Fuka. Um dia, numa batalha contra os Astecas, Tui perdeu o braço.
Durante 2 anos, Tui foi conhecido por todos como "o chefão maneta". Durante esses anos, Tui explorou mais e mais os segredos da magia, e um dia apareceu perante os aldeões novamente com dois braços. Acabou por ser um líder muito amado pelos aldeões, e muitos diziam que também era amado pelos deuses.

No segundo texto Tui é filho de Gra, o chefe da aldeia. Tui é curioso e quer aprender com Fuka - o curandeiro - os segredos mágicos e a arte da cura. Um dia, numa batalha contra os Astecas, Tui perdeu o braço e Gra morreu. Como sendo o primogénito de Gra, Tui torna-se o chefe da aldeia.
Durante 2 anos, Tui foi conhecido por todos como "o chefão maneta". Durante esses anos, Tui explorou mais e mais os segredos da magia, e um dia apareceu perante os aldeões novamente com dois braços.

No terceiro texto Tui é um camponês. Um dia, numa batalha contra os Astecas, Tui perdeu o braço, e Gra - o chefe da aldeia - morreu. Devido aos actos heróicos na batalha, Tui torna-se o novo chefe da aldeia.
Tui conhece então Fuka, que é o curandeiro, e procura aprender com ele as artes mágicas. Ele é conhecido como "o chefão maneta", e é muito amado pelos aldeões. Durante esses anos, Tui explorou mais e mais os segredos da magia, e um dia apareceu perante os aldeões novamente com dois braços.

Por outro lado, José Matias sabe que esta história ainda vive na tradição oral. Existe quem ainda fale de um indivíduo que era apelidado de "chefão maneta", num passado distante, o qual tinha perdido o braço, mas depois este voltou a crescer.

Que conclusões vai tirar José Matias da leitura destes dados?
Deverá acreditar que Tui conseguiu por artes mágicas recuperar o seu braço?
Existem três possibilidades.

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