- «1. Está prevista, para o próximo dia 4 de Janeiro, a discussão, em Plenário da Assembleia da República, de uma proposta de Lei do Bloco de Esquerda sobre a introdução do “ensino multilingue nos estabelecimentos públicos de educação e de ensino”. Trata-se de uma proposta tecnicamente errada e politicamente reaccionária que, espero, seja rejeitada. 2. A definição política mais inclusiva de nacionalidade que conheço é aquela que se centra na pertença a uma colectividade política e de língua. E é inclusiva porque a língua, ao contrário, por exemplo, da religião, não exige exclusividade nem conversão: pode ser simplesmente aprendida e adicionada a outras línguas já conhecidas. Integrar novos cidadãos em Portugal significa pois, entre outras coisas, desenvolver a capacidade para estes falarem, com competência, a língua portuguesa, independentemente de outras línguas. Este deve constituir objectivo central do Estado no âmbito da política educativa.» («Heranças contra escolhas», no Canhoto.)
- «Se o aborto é uma questão moral, o que é evidente para mim, e parece ser também para HR, então de facto não deve ser resolvida pela lei. Acontece que, como é bom de ver, já existe uma lei, proibicionista. Se HR defende de facto que esta é uma questão da consciência de cada um, então o que deve fazer é votar Sim, ou seja, votar contra uma lei que nega o primado da consciência. Mas se tem assim tantas dúvidas, que vote branco ou nulo em vez de se abster.» («A grande confusão», no 2+2=5.)
Sobre uma guerra extremamente perigosa
Há 6 horas
3 comentários :
devo dizer que acho a primeira recomendação, do canhoto, algo ingénua (e arrogante também, pois ao ser ingénuo é sempre arriscado qualificar as ideias dos outros como "erradas" ou "reaccionárias"). existem pelo menos 3 pontos que não são tidos em conta e que me parecem estar perto do centro desta proposta:
1- a questão da mestiçagem cultural: num mundo que queremos plural, e num contexto de fluxos migratórios de trabalhadores, é impossível não ter em conta este aspecto. se nos queremos enquadrar neste contexto, a presença de outras culturas deve ser aceite com naturalidade, e consequentemente de outras línguas;
2- a questão da integração: num ambiente bilingue, a integração social da criança "estrangeira" é, naturalmente, muito mais rápida e natural;
3- o exemplo dos "nossos": quando tanto nos queixamos da falta de professores/as de português lá fora, para ensinar os filhos dos nossos imigrantes na lingua paterna, não vejo porque não começar por dar um exemplo cá dentro.
enfim...
Ricardo,
aceitar a presença de outras culturas não implica escavar nichos na escola pública para enfiar essas culturas. Não estou convencido de que um ambiente bilingue na sala de aula seja assim tão importante para as crianças de língua não portuguesa, e temo que esse género de turmas levasse à fuga das crianças de fala materna portuguesa.
Quanto aos nossos imigrantes lá fora, geralmente têm aulas de português fora do currículo oficial (em escolas da comunidade portuguesa). Não tem nada a ver com isto que agora se propõe.
Isso é mais uma medida fracturante que visa... visa aparecer 5 minutos no jornal da noite! O meu Padre favorito aparece e faz o discurso dos coitados e oprimidos a comunicação social faz algum alarido e o BE ganha mais uns votos crioulos.
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