segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Criacionismo e democracia

Na semana passada David Horton publicou um artigo no Huffington Post que levanta uma questão relevante: a crença no criacionismo representa uma alienação da realidade tão grande, um desconhecimento tão vasto do mundo e uma ideia da realidade tão tresloucada, que deixa dúvidas sobre a imputabilidade das pessoas e, naturalmente, sobre a sua capacidade de fazer escolhas racionais.

Acreditar que o mundo tem seis mil anos é absolutamente idiota em face da quantidade de informação disponível sobre a antiguidade do planeta.

Acresce que aqui nos EUA (e provavelmente também em Portugal) os ignorantes que se encarniçam contra a astronomia, a física, a química, a geologia, a biologia, a paleontologia e a arqueologia, são os mesmos que defendem os sacrifícios humanos (toda a evidência demonstra que a execução de seres humanos não tem qualquer relação com o aumento ou a diminuição da criminalidade), a utilização de armas nucleares contra os muçulmanos, a perseguição e a negação de direitos fundamentais a cidadãos com base na sua orientação sexual e outras ideais assim tontas e disfuncionais.

David Horton levanta a questão (pertinente!) de uma imagem do mundo tão profundamente ingénua e disfuncional poder ter consequências gravíssimas no processo democrático. Quando esta gente vota, vota num contexto que não existe e tendo em mente questões imaginárias, sem qualquer relevância na vida dos povos: se os homossexuais vão para o inferno ou não, se Clinton enganava a mulher muito ou pouco, e outras coisas assim, tontas e triviais.

Enquanto isso, o fundamentalismo religioso e a ganância da indústria petrolífera já provocaram mais de 650 mil mortos civis no Iraque. E esta gente, que contribuiu com a vida dos próprios filhos – a esmagadora maioria dos mais de 3 mil jovens soldados que deram a vida pelo sonho de democracia e paz no Iraque que lhes foi vendido pelos neo-cons é oriunda de famílias pobres e rurais, tradicionalmente criacionistas – continua a suportar as iniquidades da administração W, como se a realidade com que são confrontados todos os dias fosse inventada por uma vasta conspiração “da esquerda”.

Como é que se educa as pessoas?

11 comentários :

David Cameira disse...

Mas será mm possivel q estas " santas " iluminarias se tenham esquecido q o Crter tb é Criacionista e não apenas o Bush ???

Ricardo Alves disse...

Filipe,
o que é realmente assustador é que as religiões mais fundamentalistas estão a resistir melhor à passagem do tempo. Talvez porque exigem que as pessoas acreditem em disparates tão grandes que aquilo se torna numa preparação mental para aceitar tudo o resto que apareça com uma auréola de «autoridade». É uma maneira de criar escravos...

David Cameira disse...

Antes escravo de JESUS CRISTO do que de SATANÁS é uma questão de opção

David Cameira disse...

"DC Talk" uma das músicas que caracterizam momentos de dúvidas ... Aqui fica a música e a tradução dela.

http://www.youtube.com/watch?v=yRei8WN5CYo


“A maior causa singular do ateísmo no mundo são os cristãos, que reverenciam a Jesus com os seus lábios e O negam com o seu estilo de vida”.

Farei isto pelas pessoas? Ou será pelo Senhor? Ou será que simplesmente canto por é o que eu devo fazer?

Podes misturar as hipóteses mas o meu conflito ainda permanece. Santidade está a chamar-me, apesar de eu estar sobre os olhares de todos.

Pois eu vejo confiança nos olhos deles (apesar do céu estar a desabar )... Eles precisam do TEU Amor nas suas vidas ( Compromisso chama por mim).....

E se eu tropeçar, e se eu cair? E se eu der um passo em falso e fizer de todos nós idiotas? Será que o Teu amor continuará se o meu caminhar passar a ser rastejar? Mas e se eu tropeçar, e se eu cair?Mas se eu tropeçar, e se eu cair? Nunca Te afastas mesmo no meio de toda esta confusão...

Pai perdoa-me, por favor, pois não consigo compor... Será por causa do medo que vive dentro de mim ou do modo como ele rápidamente cresce? Se para este conflito há um propósito, no caminho que delineaste para mim.. Porque é que temo que as minhas feridas deixem uma cicatriz mortal?

Será que os outros vêem o medo nos meus olhos? Serão eles assim tão reveladores? Desta vez eu não posso disfarçar todas as dúvidas que eu sinto.... E se eu tropeçar e se eu cair? E se der um passo em falso e nos tornar a todos uns idiotas? Será que o Teu amor continuará se eu estiver a rastejar? E se eu tropeçar e cair?

Todos têm de rastejar quando sabem que estão encostados a um muro que está prestes a cair... Todos acabam por rastejar!

Eu ouço-TE sussurrar o meu nome... Dizes-me: - " O Meu amor por ti nunca mudará!"

Mas e se eu tropeçar?E se eu cair? Nunca TE afastas mesmo no meio de toda esta confusão.

Mas se eu tropeçar, e se eu cair? TU és o meu conforto e o meu Deus.

Anónimo disse...

Em termos de religiões malignas temos o apogeu no Marxismo-Leninismo.
Provocou largas dezenas de milhões de mortos em nome de um mito que toda a experiência (e experiencias várias foi coisa que não faltou !) demonstra que não passa de (no mínimo) uma monumental fraude.
No entanto, tem muitos seguidores disseminados por todo o mundo que, numa cínica má-fé, defendem uma teoria tão bárbara e abjecta quanto o nacional-socialismo !

Anónimo disse...

Ricardo sabes qual a razão as comunidades profundamente religiosas teem mais possibilidades de enfrentar as adversidades?! Chama se Fé! A fé faz milagres quer gostemos ou não. Uma comunidade sem fé é uma comunidade condenada. Os estados comunistas tentaram impor a sua Fé, a Fé no novo homem socialista. Correu mal por vários factores um deles era o descrédito entre esses mesmos estados que a Fé Marxista tinha.

Ricardo Alves disse...

Tiago,
os rapazes que fizeram o 11 de Setembro também tinham uma fé profunda. E a Arábia Saudita ou o Afeganistão dos talibã têm um profundo sentido de comunidade ditado pela religião, com tudo o que isso representa para os dissidentes religiosos, as mulheres...

Anónimo disse...

Caro Filipe Castro,

Embora partilhe das suas preocupações, parece-me que o parenteses colocando a probabilidade do mesmo acontecer em Portugal não vem a propósito dentro do contexto do seu artigo. Isto não significa que se possa estar descansado ou dar demasiado o flanco mas, olhando à minha volta, vejo uma realidade muito diferente do que se passa nos EUA.

Um abraço

Anónimo disse...

Nem mais caro Ricardo, dai a necessidade da luta contra o terrorismo (neste caso islamita).

Gosto muito da maneira como vivo, da liberdade e tenho um pequeno mas indisfarçavel orgulho da comunidade em que vivo. Por isso não tenho medo de afirmar a necessidade de lutar (por mais dificil que sejam as circunstancias) contra o islamismo.

Este devia ser o nosso esforço e não tentar encontrar autos de fé caseiros!

Ricardo Alves disse...

Caro Tiago,
autos-de-fé, os reais, foram feitos pelos nossos amigos católicos. Não pelos muçulmanos.

Anónimo disse...

Ricardo como já disse o passado não foi perfeito, mas a propria igreja já admitiu os seus erros! E os últimos foram á quatro seculos!!!

Claro os Islamitas é mais burkas, aviões e a santissima bomba!!