Tenho estado a ver o «Prós e Contras», no RTP-1.
É bom ver toda a gente de acordo: a) o aborto nunca deixará de existir; b) o aborto em si não é desejável; c) mandar mulheres para a prisão também não se faz.
Falta saber: (i) porque é que o «não» se esqueceu de acabar com a penalização nestes últimos oito anos; (ii) como se diminui o número de abortos clandestinos se o «não» ganhar.
É bom ver toda a gente de acordo: a) o aborto nunca deixará de existir; b) o aborto em si não é desejável; c) mandar mulheres para a prisão também não se faz.
Falta saber: (i) porque é que o «não» se esqueceu de acabar com a penalização nestes últimos oito anos; (ii) como se diminui o número de abortos clandestinos se o «não» ganhar.
2 comentários :
Alguém que vota SIM poderia preferir a despenalização sem legalização do que a situação actual.
Mas não faz qualquer sentido que que vota NÃO pudesse sequer considerar esta hipótese.
Explico: quem vota não fá-lo por considerar que a penalização inibe as mulheres e diminui o número de abortos. E que todo o mal da clandestinidade é inferior ao mal do aumento que resultaria da legalização.
Mas ao despenalizar, essa inibição deixaria de se verificar. Aí haveria o mal da clandestinidade (com a hipocrisia, os riscos para a saúde agravados, etc...) mas não haveria qualquer alegada inibição, e consequente alegada diminuição do número de abortos.
Teríamos o pior dos dois mundos.
(Já o SIM poderia achar essa situação - despenalizar sem legalizar - preferível à actual, visto que considera que a proibição não é um factor muito relevante na escolha que a mulher faz, e que deixar de punir as mulheres que abortam clandestinamente, mesmo que não resolvendo os outros problemas da clandestinidade, já é melhor do que nada).
Exacto. Não faz qualquer sentido e teríamos o pior de dois mundos.
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