segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

O crime que (quase) ninguém denuncia

Segundo o Ministério da Justiça, houve 223 pessoas investigadas por crime de aborto desde o último referendo. Se assumirmos que a cada uma delas corresponde um crime de aborto (um óbvio exagero, já que do mesmo crime de aborto resultam geralmente várias pessoas investigadas, entre mulher, enfermeira e, por vezes, mesmo o taxista), temos quase 28 crimes por ano, em oito anos. Como a estimativa mínima do número de abortos realizados em Portugal, por ano, anda pelos 17 mil, resulta que só 1,6 «crimes de aborto» em cada mil são investigados. Estranho. Mesmo muito estranho. Um crime que tantos nos juram ser «gravíssimo» e que ninguém denuncia. Porquê? Será que a esmagadora maioria da sociedade já deixou de considerar o aborto um crime? Ou será, muito simplesmente, que as autoridades não o conseguem investigar? Se a resposta for esta última, voltamos à questão prévia: porque será que nem os mais encarniçados defensores do «não» exigem que se investigue com maior firmeza os «crimes de aborto»?

3 comentários :

Anónimo disse...

Excelente post!

Anónimo disse...

a sociedade não, rapazinho... hahaha é bom ler estes posts para me rir um bocado da ignorãncia...

não é a sociedade, é o poder judicial, ous seja os grupos de pressão de esquerda

http://anti-aborto.blogspot.com/

Ricardo Alves disse...

Obrigado, Sofia.