Os partidos à esquerda do PS defenderam, na última campanha eleitoral, que Portugal deveria renegociar a sua dívida, e fizeram desta posição uma verdadeira bandeira de campanha.
Na verdade, a posição era surpreendentemente pouco radical: no BE essa foi uma das razões que justificou a saída do Ruptura/FER, e a muitas pessoas mais à esquerda essa pareceu uma posição de «capitulação perante o capitalismo». Era efectivamente a posição mais moderada, pois engloba praticamente todas as posições concebíveis excepto os dois extremos: o «não pagamos» e o pagamento integral. Note-se bem: esta ultima posição (rejeição liminar de toda e qualquer renegociação, pagamento integral) foi encarada como sendo uma posição moderada, por ter sido defendida pelos dois maiores partidos (e pelo CDS), mas era efectivamente uma posição extremista (note-se nada impede uma dada posição de ser extremista e correcta, mas não creio que fosse o caso).
Todos sabemos que os partidos à esquerda do PS (principalmente o BE) também sairam derrotados das últimas legislativas, quando teriam muito a ganhar com a derrocada de Sócrates. Em parte isto deveu-se à percepção, por parte do eleitorado português, de que se tratavam de «maus pagadores», perigosos extremistas que não deveriam receber responsabilidades acrescidas numa altura delicada.
Uma coisa é dar voz ao Louçã em tempo de vacas gordas para ele defender as suas causas de eleição. Outra é dar poder a um comunista que está a dar palpites sobre o pagamento da dívida, e quer aventurar-se no perigoso mundo da renegociação. Não importa que a "renegociação" não seja uma solução extremista: como estes partidos já têm fama de radicais, mesmo quando defendem ideias moderadas elas são vistas como extremistas, e o eleitorado não queria aventuras perigosas na forma de responder ao problema da crise.
Ou pelo menos aventuras tão pouco inspiradoras como as que podem ser associados a uma ideia que efectivamente é moderada. É mais fácil fazer slogans simplistas e palavras de ordem com ideias extremas (como a defesa do pagamento integral ou o não pagamento integral), e a ironia é que os partidos vistos como radicais estavam a ter as dificuldades associadas a defender uma ideia mais subtil e complexa. Uma ideia que era vista como extremista: o pior dos dois mundos.
Mas eventualmente as pessoas irão compreender que estes partidos tiveram razão antes do tempo. É nesta altura muito provável que venha a existir uma renegociação da dívida portuguesa, e então será claro que os interesses nacionais foram prejudicados pelo facto dela não ter acontecido antes.
Lembrei-me disto a propósito desta notícia recente do Expresso: «Uma equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um balanço sobre 24 casos de reestruturação de dívidas soberanas em países emergentes entre o final dos anos 1990 e 2010. Uma das conclusões é que os indicadores económicos melhoraram.»
Na verdade, a posição era surpreendentemente pouco radical: no BE essa foi uma das razões que justificou a saída do Ruptura/FER, e a muitas pessoas mais à esquerda essa pareceu uma posição de «capitulação perante o capitalismo». Era efectivamente a posição mais moderada, pois engloba praticamente todas as posições concebíveis excepto os dois extremos: o «não pagamos» e o pagamento integral. Note-se bem: esta ultima posição (rejeição liminar de toda e qualquer renegociação, pagamento integral) foi encarada como sendo uma posição moderada, por ter sido defendida pelos dois maiores partidos (e pelo CDS), mas era efectivamente uma posição extremista (note-se nada impede uma dada posição de ser extremista e correcta, mas não creio que fosse o caso).
Todos sabemos que os partidos à esquerda do PS (principalmente o BE) também sairam derrotados das últimas legislativas, quando teriam muito a ganhar com a derrocada de Sócrates. Em parte isto deveu-se à percepção, por parte do eleitorado português, de que se tratavam de «maus pagadores», perigosos extremistas que não deveriam receber responsabilidades acrescidas numa altura delicada.
Uma coisa é dar voz ao Louçã em tempo de vacas gordas para ele defender as suas causas de eleição. Outra é dar poder a um comunista que está a dar palpites sobre o pagamento da dívida, e quer aventurar-se no perigoso mundo da renegociação. Não importa que a "renegociação" não seja uma solução extremista: como estes partidos já têm fama de radicais, mesmo quando defendem ideias moderadas elas são vistas como extremistas, e o eleitorado não queria aventuras perigosas na forma de responder ao problema da crise.
Ou pelo menos aventuras tão pouco inspiradoras como as que podem ser associados a uma ideia que efectivamente é moderada. É mais fácil fazer slogans simplistas e palavras de ordem com ideias extremas (como a defesa do pagamento integral ou o não pagamento integral), e a ironia é que os partidos vistos como radicais estavam a ter as dificuldades associadas a defender uma ideia mais subtil e complexa. Uma ideia que era vista como extremista: o pior dos dois mundos.
Mas eventualmente as pessoas irão compreender que estes partidos tiveram razão antes do tempo. É nesta altura muito provável que venha a existir uma renegociação da dívida portuguesa, e então será claro que os interesses nacionais foram prejudicados pelo facto dela não ter acontecido antes.
Lembrei-me disto a propósito desta notícia recente do Expresso: «Uma equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um balanço sobre 24 casos de reestruturação de dívidas soberanas em países emergentes entre o final dos anos 1990 e 2010. Uma das conclusões é que os indicadores económicos melhoraram.»
1 comentário :
olhó messias tinha razão...
renogociamos a saída a 40% d'el Pibe now...yeah
ou renogociamos tordesilhas e oli vença
e se o oli ren perder?
renogoxiamos se nos deixarem
não é masson quem quer é quem phode...
antes do tempo... nós te beijamos os ...ó Nostradamus du Jãbaskisque...
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