Há anos que alerto neste blogue para o perigo para a democracia e para o Estado de Direito que a escumalha SIS/SIED representa. A maioria das pessoas não se apercebeu ainda que os serviços ditos «de informações» têm mais pessoal e poder hoje do que durante a (defunta) «guerra fria». Pior: do 11 de Setembro em diante, foi-lhes dada «carta branca», por governos democráticos, para praticarem crimes de vigilância electrónica, escutas telefónicas, e até tortura (embora restrita a islamistas e geralmente «deslocalizada» para Estados estrangeiros). As semelhanças entre Silva Pais e Silva Carvalho já são muito mais do que fisionómicas.
As notícias de hoje confirmam que o poder que têm, a soberba de se acharem «acima da lei» e as «costas quentes» que os governos lhes garantem estão a gerar um monstro que pode ameaçar os direitos básicos de todos os cidadãos: confirmou-se que um qualquer jornalista, só por escrever sobre o SIED, teve o seu telefone vigiado. Por ordem, presume-se, de Silva Carvalho, o personagem pidesco sobre o qual já escrevi aqui e acolá. E que Passos Coelho protege.
Há quem diga que os serviços ditos «de informações» são indispensáveis. É verdade para as ditaduras. Para as democracias, tenho mais dúvidas. Mas num país em que os cidadãos aceitam facilmente dar os seus dados biométricos ao Estado, por enquanto não há revolta. Mas se não forem devidamente processados e detidos uns tantos, isto pode acabar mal. Mão dura com a escumalha das «informações», é o que se impõe. Antes que seja tarde.
Os antecessores do SIS e do SIED acabaram assim. Não foi bonito.
1 comentário :
Há dois ou trés anos, fui com os meus filhos a San Antonio, ao Sea World, e eles (a administração: Busch entertainment? Blackstone?) identificam e tiram as impressões digitais a toda a gente que entra.
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