segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Revista de blogues (15/8/2011)

  • «Não se podem apurar responsabilidades pela leitura de uma notícia. Também não faz sentido considerar que um mau volante indica falta de capacidade para a condução dos trabalhos no parlamento. Mas, nesta paz podre que vivemos há tanto tempo, ninguém confia que a segunda figura do estado venha a sofrer qualquer consequência por este "azar" de trânsito. 

    Existem outras democracias onde a senhora se sentiria forçada a demitir-se imediatamente numa situação semelhante. Porque ali nada é mais importante que os representantes mostrarem que agem de acordo com as regras que impõem aos seus representados. Mesmo que isso implique algum exagero ou injustiça pessoal. 

    Dirão que há muito pior. Pois há. E que a senhora está acima de muitos dos seus pares. Estará, com certeza. Seriam completamente cretinas e ofensivas quaisquer comparações com Alberto Jardim ou Isaltino Morais (a lista seria interminável, que me perdoem os ausentes). Mas, lá está, precisamente por tudo isso. Porque é melhor que eles, porque era preciso mostrar que a "festa" acabou. 

    Sabemos que governo é jovem e o sentimento geral é que o país precisa mais de dinheiro e emprego e menos de virtudes - um luxo por enquanto inacessível. São estes os pesos e as medidas com que definimos a nossa sociedade. Depois não se admirem.» (Dorean Paxorales)

6 comentários :

Filipe Moura disse...

É claro que tinha que ser uma notícia do "Correio da Manhã"... Eu prefiro um sistema onde a justiça funcione (reconheço que em Portugal deixa muito a desejar), onde toda a gente é inocente até prova em contrário (como me parece ser o caso da Assunção Esteves), do que sistemas baseados em julgamentos populares, necessariamente ditaduras dos tablóides, como pelos vistos tu e o Dorean gostam. Querias "consequências políticas" de a segunda figura do Estado ter batido com o carro? Chiça. Repito: tu defendes uma ditadura dos tablóides?

Ricardo Alves disse...

Não se trata de defender nenhuma «ditadura dos tablóides». Ou aquele acidente existiu, ou não. Se existiu, a Assunção Esteves pode ter tido responsabilidades ou não. Se não teve, ela que processe o Correio da Manhã. Terá o meu apoio. Se teve responsabilidades, deve demitir-se.

Filipe Moura disse...

Não está nada provado, é tudo "ses", pelo que não vejo por que se dá destaque a este caso. Independentemente disso, temos conceções diferentes sobre quando deve haver demissão. Ela teria que se demitir se cometesse um crime. Um acidente de carro não é necessariamente um crime, e neste caso é claro que não o é, por parte da Assunção Esteves, que nem sequer esteve envolvida no atropelamento.

dorean paxorales disse...

Filipe Moura disse:
"e neste caso é claro que não o é, por parte da Assunção Esteves, que nem sequer esteve envolvida no atropelamento."

hmm... interessante o que parece claro apenas a partir de uma notícia de jornal, perdão, tablóide.

Filipe Moura disse...

Dorean, admitir que houve uma colisão já é dar muita credibilidade ao tablóide. Não me admirava que ela só tivesse travado a fundo. Agora, não sendo uma notícia de primeira página, é evidente que ela não atropelou.

Ricardo Alves disse...

A descrição do CM é esta:

«A presidente da Assembleia da República não conseguiu parar a tempo o carro, onde seguia sozinha, e embateu numa viatura, que tinha travado para uma idosa atravessar a passadeira. Este veículo acabou por embater num outro, que estava à frente, e este atingiu a mulher, que ficou ferida com gravidade e foi transportada para o Hospital de Faro. Assunção Esteves bem como as restantes pessoas envolvidas no acidente não sofreram quaisquer ferimentos»

Aguardo mais detalhes.