Os estados do euro são países de soberania limitada. Devem controlar o défice mas não podem controlar a moeda. Elegem deputados mas, ao invés dos parlamentos das democracias, a assembleia que constituem não propõe legislação nem derruba o “governo” comum, essa Comissão Europeia burocrática e irrelevante, só em parte porque presidida por um oportunista fugido de um pequeno país periférico. As decisões políticas realmente importantes para a UE foram e são tomadas pelos chefes de governo, entre os quais o poder de facto, durante a euforia dos tratados, se resumia ao célebre “Directório” dos maiores estados. Reduz-se agora a Merkel com um pouco de Sarkozy.
À hora a que escrevo não é claro se Berlusconi será o quinto líder governamental derrubado pelos mercados, depois de Karamanlis, Brian Cowen, Sócrates e Papandreou. Outros cairão: como mostra a Grécia, a mesma receita produz os mesmos resultados, e a destruição do Estado social pode salvar os bancos mas não salvará o euro.
Merkel tem maioria para dois anos. A próxima (talvez a última) oportunidade de mudar o rumo da UE será a eleição presidencial francesa, em Maio, se vencer um projecto de emissão de dívida pelo BCE, impostos europeus e taxação das transacções financeiras e dos paraísos fiscais. A mudança, já se viu, não virá nem das instituições comuns nem de pequenos estados subalternizados. Infelizmente.
(Publicado originalmente no i.)
2 comentários :
bom miúdo, salvar os bancos (parcialmente ) na grã-bretanha custou apenas 30 mil milhões de libras salvar um estado social envelhecido
em que 20% das pensões custam mais que os restantes 80%
e um Jorge Coelhone ou o pai ou hermano de Cavaco têm hospitalizações de luxo nos púbicos hospitais
e os restantes têm a fila de macas do Garcia da Horta
temos um estado social muito desigual
era melhor dar o dinheiro que custa esse estado social a quem precisa
é que aqui há várias clases de estado social
e yo tiengo famelga que viaja na 1ª classe
mas tamém tenho dos que têm estado sucia all de 3ª classe
veersteeendes ó moçoilo?
nã? atã quando acresceres dize quelque chose
resumindo confiança nas instituições bancárias ou outras é essencial para a existência de um estado (social ou associal) sem estado temos Líbias Haitis y Somalias e outros que por aí vão vindo
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