quinta-feira, 1 de abril de 2010

Revista de blogues (1/4/2010)

  1. «Os crentes chamam-me ateu porque não acredito no que me dizem acerca dos seus deuses. Mas, para mim, isto é como não acreditar quando me dizem que o Pai Natal traz as prendas, que há um monstro em Loch Ness ou que extraterrestres raptam pessoas. Não aceito como verdade aquilo que não for devidamente justificado. (...) Pensem no nível de evidência que exigiriam para aceitar afirmações como: Maomé é o maior e derradeiro profeta de Deus e o Corão é a palavra divina; “eu” é uma mera ilusão que devemos descartar, desprendendo-nos de tudo para quebrar o ciclo de reencarnações que nos prende a uma falsa identidade e existência; há 75 milhões de anos um maléfico imperador da galáxia trouxe milhares de milhões de extraterrestres para a Terra e chacinou-os aqui com bombas de hidrogénio; Deus encarnou como o filho de um carpinteiro para morrer por nós e agora transubstancia hóstias em pedaços do seu corpo. Qualquer crente razoável duvidará de pelo menos três destas, mesmo que seja muçulmano, budista, cientólogo ou católico. O ateísmo, enquanto rejeição de dogmas religiosos, consiste simplesmente em aplicar à que sobra os mesmos critérios que se aplica a todas as outras hipóteses religiosas, de OVNIs, de astrologia, monstros e emails suspeitos. Se exigirem da vossa religião o mesmo que exigem do resto facilmente perceberão que o “pensamento ateu” é apenas pensamento.» (Diário Ateísta)
  2. «O escândalo da pedofilia dos curas católicos emudeceu a pregação do beato César das Neves. (...) Não partilha publicamente a vergonha de pertencer a uma Igreja cheia de misérias e crimes, não mostra remorso pelos efeitos perversos do integralismo da moral sexual que recentemente defendia e a todos nos queria impor, não exige a responsabilização para os criminosos e os encobridores vestindo sotainas, não chora pelas vítimas dos abusos, não pede ao Papa que adie a sua visita a Portugal quanto mais reivindicar a sua resignação como acto coerente com o tanto que encobriu. Toda a hipocrisia beata que o carrega disso o inibe, mas deixou de pregar o irredentismo da virtude de sacristia. Como vitória pelas amostras de verdade que se vão revelando, os beatos já estão na defensiva.» (Água Lisa)

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